O Bitcoin, principal ativo do mercado de criptomoedas, está protagonizando um rompimento técnico convincente, superando com firmeza duas barreiras importantes de negociação que impediam uma alta de curto prazo. Com o BTC mais uma vez quebrando recordes de preço e firmemente acima do nível de resistência de US$ 112 mil, o que os traders devem esperar agora?
Primeiro, um pouco de contexto: com o S&P 500 e o Nasdaq Composite fechando em máximas históricas pela terceira vez em quatro sessões, e os contratos futuros de ouro negociados a US$ 3.370 por onça, os ativos de risco em geral estão em alta, impulsionados pela postura paciente do Federal Reserve em relação à política monetária.
O impulso do Bitcoin também coincide com dados surpreendentes sobre o mercado de trabalho dos EUA — as folhas de pagamento não agrícolas cresceram 147 mil em junho, superando as previsões de 110 mil. Embora os dados fortes de emprego tenham inicialmente derrubado o Bitcoin para abaixo de US$ 109 mil por temores de alta nos juros, o mercado rapidamente absorveu as vendas e impulsionou o ativo para novas máximas locais.
A adoção institucional continua sendo o principal motor narrativo. Julho já registrou os ETFs de Bitcoin acumulando fluxos superiores a US$ 50 bilhões. Essa demanda persistente por parte de instituições fornece suporte crucial durante recuos e valida a evolução do Bitcoin de ativo especulativo para componente estratégico de alocação de portfólio.
A convergência entre rompimentos técnicos e acumulação institucional está levando traders a se perguntarem o que vem a seguir, já que o Bitcoin aparentemente superou seu último obstáculo rumo a um território de preços inexplorado.
Gráficos do Bitcoin: rompimento duplo mira resistência final
A disparada do Bitcoin para US$ 113 mil marca uma nova máxima histórica e representa um rompimento técnico decisivo de dois padrões que vinham restringindo o movimento de preços nas últimas semanas.
O gráfico de 4 horas mostra uma quebra limpa acima de uma formação de triângulo simétrico, enquanto o gráfico diário apresenta um impulso menos acentuado, com movimentos mais contidos.
Esse comportamento é esperado nesse tipo de padrão, mas o longo candle de alta deixa poucas dúvidas. A confirmação do rompimento é clara — o suficiente para virar quase todos os principais indicadores para território otimista nos intervalos intradiários.
Nos gráficos de 4 horas, o Índice Direcional Médio (ADX) está em 27, o que geralmente confirma um mercado em tendência. O ADX mede a força da tendência, independentemente da direção, e quando ultrapassa 25, sinaliza para traders de momentum que uma tendência sustentável está se formando, muitas vezes acionando compras sistemáticas por estratégias seguidoras de tendência.
Por outro lado, o Índice de Força Relativa (RSI) está em 75, indicando que o Bitcoin está em território de sobrecompra. Pense no RSI como um termômetro do mercado — quando esquenta demais, sinaliza que pode haver uma correção à vista. Neste caso, pode indicar a necessidade de um respiro após uma alta tão acentuada. Ainda assim, o Bitcoin já apresentou níveis de RSI mais altos mantendo seu viés de alta.
O indicador Squeeze Momentum no gráfico diário mostra status “desligado”, indicando que a volatilidade já foi liberada após a recente compressão — conforme previsto em análises anteriores. Isso sugere que o movimento inicial de rompimento já se concretizou, e os traders devem se preparar para uma continuação ou consolidação nos níveis atuais.
De forma geral, os preços estão emitindo sinais de alta. Embora a continuidade da tendência pareça provável, uma correção não seria prejudicial ao movimento de longo prazo, já que os candles corretivos têm fechado com movimentos leves.
O gráfico diário também apresenta uma estrutura otimista, com diversos sinais de confirmação, com o Bitcoin escapando de um canal de baixa que vinha limitando os preços desde as máximas de maio (as linhas amarelas no gráfico).
Agora parece estar se formando um suporte de alta (a linha branca no gráfico), usando as mínimas diárias do recuo de abril e do final de junho como pontos de referência. Se esse suporte for confirmado, o Bitcoin pode continuar oscilando em torno dele, mantendo seu impulso de alta, com os US$ 110 mil se tornando um novo suporte até o fim do mês.
Nos gráficos diários, o RSI em 67 indica um momentum saudável, sem entrar em território de sobrecompra acima de 70 — sugerindo espaço para mais valorização. Essa leitura mostra que a pressão compradora permanece forte, mas ainda não atingiu níveis extremos que geralmente precedem correções.
O ADX em 12 no gráfico diário mostra que a tendência ainda está em formação e que não há força suficiente para caracterizar um padrão definido, já que gráficos de curto prazo costumam conter muito ruído. Embora esteja abaixo do limite crucial de 25 que confirma movimentos direcionais fortes, essa leitura baixa após um rompimento geralmente indica um período de acumulação antes de um novo movimento impulsivo.
A análise das médias móveis mostra o Bitcoin sendo negociado bem acima das médias móveis exponenciais (EMAs) de 50 e 200 períodos em múltiplos intervalos de tempo. A expansão da distância entre essas médias — conhecida como divergência de médias móveis — normalmente indica condições de tendência forte e atua como suporte dinâmico durante recuos.
Níveis-chave:
- Suporte imediato: US$ 110.197 (nível de reteste do rompimento)
- Suporte forte: US$ 105.000 a US$ 108.700 (linha de suporte)
- Resistência projetada: US$ 115.000 (alvo de movimento medido do rompimento do triângulo e extensões de Fibonacci)
O que vem a seguir para o Bitcoin?
A convergência entre rompimentos técnicos, fluxos institucionais e condições macroeconômicas favoráveis posiciona o Bitcoin para uma possível continuação da tendência de alta além da resistência histórica.
No entanto, traders adeptos da análise técnica devem monitorar o ADX diário para um movimento acima de 25, que confirmaria a força da tendência, além de observar possíveis divergências no RSI em tentativas fracassadas de alcançar novas máximas.
Em uma visão mais ampla, julho ainda pode ser um mês volátil para o Bitcoin, com políticas da administração Donald Trump, incluindo o “Big Beautiful Bill”, podendo ampliar o déficit dos EUA em US$ 3,3 trilhões — o que historicamente favorece ativos escassos como o BTC.
Além disso, o prazo de 22 de julho para o relatório da Casa Branca sobre ordens executivas relacionadas a criptoativos, com possíveis atualizações sobre a Reserva Estratégica de Bitcoin dos EUA, surge como um catalisador imprevisível.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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