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terça-feira, julho 15, 2025

Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável promove evento pré-COP30

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A poucos meses da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), que será sediada em Belém (PA) em novembro, o Brasil reforçou seu papel de protagonista global na agenda ambiental. O Congresso Sustentável 2025, principal evento pré-COP30, liderado pelo setor produtivo brasileiro e promovido pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), reuniu nos dias 1 e 2 de julho, na capital paraense, nomes centrais da pauta climática nacional e internacional.

Com debates estratégicos no primeiro dia e imersões no segundo dia, o encontro apresentou caminhos concretos para uma economia de baixo carbono, inclusiva e centrada na natureza. Entre os participantes estavam a presidente do CEBDS, Marina Grossi; a CEO da COP30, Ana Toni; o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), o professor Oliver Stuenkel, da Fundação Getúlio Vargas (FGV); o enviado especial da COP30 para os estados subnacionais da Amazônia, Marcello Brito; o sênior advisor para a COP30 do CEBDS e do World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) e enviado especial para Bioeconomia, Marcelo Behar; e a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e enviada especial para Energia, Elbia Gannoum, entre outras autoridades públicas, lideranças empresariais e especialistas internacionais.

O Congresso Sustentável 2025 é o principal fórum empresarial preparatório para a COP30 e integra diretamente o posicionamento da conferência como a COP da Implementação, que busca transformar compromissos em ações concretas. O evento também reforça o conceito de Brasil de Soluções, ao demonstrar que o país já possui iniciativas escaláveis para enfrentar a emergência climática, promover a conservação da biodiversidade e reduzir desigualdades sociais.

Brasil de Soluções: iniciativas concretas e matchmaking para financiamento

Durante o evento, foram apresentadas 65 soluções sustentáveis do setor empresarial, que integram um portfólio de 135 iniciativas que o CEBDS está reunindo para apresentar na COP 30. Os cases demonstram, na prática, como o setor produtivo brasileiro já contribui para o enfrentamento das mudanças climáticas. As iniciativas abrangem áreas como bioeconomia, agricultura regenerativa, energia renovável, infraestrutura resiliente e soluções baseadas na natureza. A presidente do CEBDS Marina Grossi, enviada especial da Presidência da COP30 para o Setor Empresarial, reforçou o protagonismo do Brasil e a urgência de conectar soluções a financiamento:

Encontro teve entre os painelistas Ana Toni (CEO da COP30), Marina Grossi (presidente CEBDS), Helder Barbalho (governador do Pará), Gustavo Pimenta (CEO da Vale) e Marcelo Brito (enviado especial da COP30 para os estados subnacionais da Amazônia — Foto: Bruno Carachesti

“O Brasil é um país de soluções. Temos uma matriz energética majoritariamente limpa, uma biodiversidade incomparável e um setor empresarial que já entrega resultados concretos em áreas como bioeconomia e agricultura regenerativa. O desafio agora é escalar essas soluções — e isso passa por ampliar o acesso a financiamento e conectar essas iniciativas a oportunidades globais”, afirmou. “Queremos que essas soluções sirvam como ponto de partida para conectar iniciativas empresariais a mecanismos de financiamento. Hoje, apenas 16% dos recursos globais vão para mitigação e adaptação climática em países em desenvolvimento. Isso precisa mudar – e o Brasil tem tudo para liderar essa transformação”, completou.

Debates de alto nível e presença de lideranças globais

O Teatro Gasômetro foi palco de debates estratégicos sobre o papel do Brasil nas articulações empresariais e climáticas. O professor da FGV Oliver Stuenkel, especialista em geopolítica internacional, analisou a posição privilegiada do país no cenário internacional:

“O Brasil tem uma oportunidade histórica enorme de ser a maior potência na região de menor risco geopolítico do mundo. Investidores globais querem atuar na América do Sul porque não há risco de guerra neste momento. E governos de esquerda e direita no país concordam que devemos manter todas as portas abertas na política externa e fazer de tudo para implementar o multi alinhamento nas relações internacionais”, destacou Oliver.

Evento reuniu especialistas para discutir financiamento, bioeconomia e transição para uma economia de baixo carbono — Foto: Bruno Carachesti
Evento reuniu especialistas para discutir financiamento, bioeconomia e transição para uma economia de baixo carbono — Foto: Bruno Carachesti

Presente no Congresso, Ana Toni, CEO da COP30, reforçou a participação do setor produtivo e dos governos locais na implementação de soluções climáticas:

“Quando a gente fala em implementação, quem está na linha de frente? São os governos subnacionais, é o setor privado, e, aqui, estão reunidos os grandes players do setor privado, os grandes CEOs, junto com o CEBDS. Então, é fundamental que eles demonstrem o que eles estão fazendo, quais as soluções que o setor privado já traz e como a gente pode dar escala a essas soluções”, disse Ana Toni, CEO da COP30.

Para o governador Helder Barbalho, sediar o Congresso em Belém, cidade que será também palco da COP30, reforçou o compromisso do estado e do país com um novo modelo de desenvolvimento.

“É muito importante a mobilização da iniciativa privada na construção de um novo modelo econômico que valorize os ativos florestais, que possa desenvolver a nossa biodiversidade e as riquezas da Amazônia”, disse ele.

O segundo dia de programação foi dedicado à imersão. Os representantes do setor produtivo e convidados conheceram as atividades da bioeconomia amazônica e obras da COP 30 na cidade de Belém.

O papel do setor empresarial e o compromisso com a transição sustentável

Além de apontar caminhos e soluções já em curso, o Congresso também evidenciou o papel fundamental das empresas no enfrentamento da emergência climática. Durante os painéis, patrocinadores do evento reforçaram o compromisso do setor produtivo com a agenda de transição para uma economia mais justa, verde e inclusiva. A presidente da Equinor no Brasil, Veronica Coelho, destacou a importância do diálogo e da construção coletiva para impulsionar mudanças reais.

“Num processo de transição energética e mais sustentabilidade para o planeta, o diálogo é a base de tudo o que a gente precisa para viabilizar essas soluções de forma escalável. A Equinor vê esse processo como um caminho sem volta, que precisa tomar passos firmes e constantes. Somos parte do problema e precisamos ser parte das soluções necessárias”, afirmou Veronica.

O CEO da Vale, Gustavo Pimenta, trouxe exemplos concretos de como a inovação pode impulsionar a descarbonização com ganhos de competitividade.

“A parceria entre o público e o privado, a partir de modelos sustentáveis do ponto de vista de desenvolvimento econômico, social e ambiental, é o que vai fazer com que a floresta fique de pé. As políticas públicas voltadas para acelerar soluções que tecnologicamente estão provadas é o que vai descarbonizar mais rápido”, afirmou.

Lideranças reforçaram o papel do setor empresarial na transição para uma economia verde — Foto: Bruno Carachesti
Lideranças reforçaram o papel do setor empresarial na transição para uma economia verde — Foto: Bruno Carachesti

Já Deise DallaNora, diretora de Assuntos Corporativos e Sustentabilidade da Yara, trouxe um alerta sobre a urgência da atuação coordenada entre o setor produtivo e o poder público:

“De um lado temos as iniciativas dos produtores rurais e da cadeia de alimentos e, do outro, as políticas públicas. Como damos celeridade à liberação de financiamentos a áreas degradadas? O custo para recuperar uma área degradada é três a quatro vezes superior ao de derrubar árvores. A regulação precisa acompanhar as iniciativas privadas”, defendeu.

O Congresso Sustentável 2025 foi realizado pelo CEBDS e contou com o patrocínio de empresas líderes comprometidas com a agenda climática: Equinor, Philip Morris, Vale, Yara, Banco da Amazônia, Banco do Brasil, Caixa e Governo Federal.

[Fonte Original]

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