Divulgação/Netflix
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Ela está de volta. Meghan Markle, Duquesa de Sussex, retornou à Netflix na última semana, com uma nova temporada de sua bem-sucedida série de lifestyle e culinária, “Com Amor, Meghan“.
Desta vez, Meghan está ainda mais segura e confiante — seu guarda-roupa preppy-chic e a trilha sonora cuidadosamente selecionada acrescentam sofisticação, enquanto os convidados trazem profundidade e calor à série.
Além da comida, Meghan mergulha na criatividade e na conexão — fazendo joias, resgatando a arte perdida das cartas manuscritas, embrulhando presentes, encadernando livros e explorando o charme atemporal da papelaria. Seja compartilhando uma refeição, escrevendo uma nota ou rindo com amigas, Meghan nos lembra que pequenos rituais importam.
Mas a série da Netflix é apenas parte da história. O que se desenrola aqui é a próxima fase do império de lifestyle que Meghan vem construindo muito antes de se casar com o Príncipe Harry. Desde seus primeiros dias comandando o The Tig, um blog dedicado a comida, viagens e inspiração, até a marca As Ever, Meghan mostrou como a influência, quando aliada à disciplina, pode evoluir para um verdadeiro negócio.
Do The Tig ao As Ever
The Tig (2014–2017) foi a base: Meghan como curadora, trendsetter e contadora de histórias. Isso lhe deu credibilidade e comunidade. Hoje, com a marca As Ever, ela transformou esses instintos em uma linha completa de lifestyle. Marcas registradas sob a As Ever abrangem desde chás, geleias e velas até itens para casa, livros de receitas e papelaria. A empresária não vende apenas produtos — ela vende um estilo de vida.
A estratégia do soft-luxury
Na primavera de 2025, a primeira coleção da As Ever — geleias, chás, mel e misturas para panificação — esgotou em menos de 24 horas. Analistas destacaram que não se tratava de preços de prestígio, mas de ressonância emocional. Meghan conectou-se diretamente à “economia dos pequenos mimos”: indulgências pequenas, mas com grande significado.
Sua estratégia é clara: posicionar a As Ever como luxo acessível. Um pote de geleia ou uma caixa de chá não são apenas alimentos, são um ponto de conexão, um ritual de desacelerar, um gesto de cuidado. Essa intimidade é sua vantagem competitiva.
Netflix como amplificador de marca
“Com Amor, Meghan” funciona também como marketing global. Cada segmento de culinária, cena no jardim ou momento de escrita conecta-se à As Ever. Na véspera da estreia da série, a marca anunciou o lançamento de uma nova geleia, que estaria à venda no dia do lançamento. A Netflix oferece alcance e credibilidade; os produtos oferecem tangibilidade. É um estudo de caso de integração entre conteúdo e comércio, em que história e produto se tornam inseparáveis.
De influência a investimento em marca
Enquanto a As Ever cresce, Meghan também usa sua plataforma para investir em marcas fundadas por mulheres e artesãos, como a Cesta Collective. Quando Meghan recomenda ou apoia um produto, ele frequentemente esgota, prova do poder de conversão de sua influência. Ao colocar capital em seus valores, ela transita de influenciadora a investidora.
Para empreendedores, a lição é clara: não se limite a parcerias ou patrocínios. Use visibilidade para construir propriedade, seja por meio de participação acionária, colaborações estratégicas ou sua própria linha.
A disciplina do crescimento
Apesar do sucesso inicial, Meghan resistiu à expansão exagerada. Após seu primeiro lançamento, pausou para reunir dados de consumidor e refinar o próximo movimento. Esse tipo de restrição é raro — e inteligente. Escassez gera desejo, mas disciplina constrói durabilidade.
Seu lançamento de rosé em 2025 testou esse equilíbrio: vendeu de forma constante, mas não instantânea, provando que nem todo produto depende apenas do hype. A lição para negócios? O momento deve ser gerido, não presumido.
O que vem por aí para a As Ever
Com o que Meghan apresentou nesta temporada, parece que a As Ever pode estar se expandindo. Segmentos com papelaria, cadernos e encadernação indicam novas linhas que resgatam a arte da escrita em um mundo digital. Ela também destacou embrulho de presentes e apresentação, estendendo sua filosofia de lifestyle para o ato de presentear. E o grand finale foi a produção de joias — sugerindo uma entrada em categorias de luxo adjacentes.
Se esses sinais se transformarem em produtos, a As Ever pode evoluir para um ecossistema de lifestyle 360°: pequenos mimos como geleias e vinhos podem ser complementados com papelaria e cadernos, equilibrados com luxos aspiracionais como joias. É uma fórmula conhecida, de Martha Stewart e da saudosa B’Smith, mas com a marca única de Meghan de intimidade e visibilidade global.
Lições para influenciadores e empreendedores
O manual de produção de lifestyle de Meghan Markle mostra que a influência pode ser passageira, mas branding estratégico, focado e conectado às pessoas, dura.
Aqui estão cinco dicas para construir uma marca de lifestyle que perdure:
- Comece com storytelling. Autenticidade gera confiança;
- Seja dono da sua marca. Influência é passageira, participação acionária permanece;
- Integre plataformas. Conteúdo alimenta o comércio quando alinhado;
- Aproveite a escassez. Lançamentos limitados criam demanda, mas qualidade sustenta;
- Cresça com disciplina. Expansão guiada por dados sempre supera o hype.
No fim das contas, Meghan não está apenas fazendo geleia ou TV de qualidade. A empresária nos mostra como uma marca de lifestyle, quando cuidadosamente cultivada e estrategicamente escalada, pode se tornar um negócio global.
*Sophia A. Nelson é colaboradora da Forbes US. Ela é uma autora premiada, palestrante internacional, professora universitária e jornalista especializada em liderança feminina, bem-estar, inteligência emocional e diversidade no trabalho.