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segunda-feira, setembro 8, 2025

Banco central americano tem de ser totalmente independente, inclusive de Trump, diz assessor da Casa Branca

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Assessor econômico da Casa Branca e um dos três nomes cotados para substituir Jerome Powell no comando do Federal Reserve (Fed), Kevin Hassett defende que o banco central dos Estados Unidos seja completamente independente, “inclusive do presidente Trump”.

“Eu diria que 100% da política monetária, da política monetária do Federal Reserve, precisa ser completamente independente de influência política”, disse em entrevista no programa Face the Nation, do canal CBS, neste domingo.

Segundo ele, o que a experiência em países que foram nessa direção mostra é que permitir que presidentes controlem o banco central é “receita para inflação e pobreza para os consumidores”. E pondera que tanto democratas quanto republicanos estão de acordo em relação a esse ponto.

Ao menos três nomes figuram como possíveis escolhas de Trump para a presidência do Fed. Além de Hassett, estariam no páreo Kevin Warsh, um ex-funcionário do banco central americano, e o diretor do Federal Reserve, Christopher Waller. Mas o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, já afirmou que o governo pretende considerar até 11 candidatos.

Críticas à transparência do Fed

Hassett, porém, afirmou que o Fed coloca sua independência e sua credibilidade sob risco ao expandir sua atuação para além de suas funções.

“A pergunta é, o banco central atual tem sido tão independente quanto gostaríamos, tão transparente quanto gostaríamos? E acho que há uma controvérsia sobre isso agora”, disse o consultor.

Na última semana, Bessent criticou duramente o Federal Reserve por, segundo ele, colocar em risco sua própria independência ao ultrapassar os limites de seu mandato, num processo que chamou de “expansão indevida de funções”. Ele também defendeu uma revisão completa do Fed, incluindo sua política monetária.

Ao mesmo tempo em que disse estar de acordo com Bessent, Hassett frisou que não tem planos de assumir o banco central dos EUA neste momento, estando satisfeito com sua função de consultor econômico.

A autonomia do banco central americano chegou ao centro dos debates em razão dos reiterados esforços de Donald Trump para que o Fed reduza as taxas de juros nos EUA. Para alcançar seu objetivo, o republicano ordenou a renúncia de Lisa Cook, que integra o colegiado de sete diretores do Federal Reserve.

‘Apriomorar’ dados sobre emprego

No início do mês passado, Trump demitiu Erika McEntarfer, que liderava o Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês), após a divulgação de dados mostrando a retração do mercado de trabalho no país, com menor criação de vagas. O presidente americano acusou a nomeada pelo ex-presidente Joe Biden de manipular números, questionando ainda as revisões sobre os dados de emprego no país.

Trump nomeou EJ Antoni, economista-chefe da Heritage Foundation — um think tank conservador — para substituir Erika McEntarfer, mas ele só assume depois de passar por uma sabatina no Senado.

O desemprego nos EUA subiu para 4,3% em agosto, o maior nível desde 2021, com o crescimento do emprego desacelerando significativamente. Apenas 22 mil novos postos foram criados, e o emprego em junho sofreu a primeira retração desde 2020.

Na entrevista a CBS, Hassett também afirmou que os dados divulgados pelo BLS precisam ser aprimorados, enquanto o sistema de pesquisa do órgão tem de ser modernizado para “recuperar a credibilidade e a transparência da instituição”.

Outras vias para tarifaço

Questionado sobre o que faria se a Suprema Corte decidir que a política tarifária de Donald Trump ou ao menos as medidas que foram tomadas tendo com o justificativa a Lei de Emergência Econômica — o que foi avaliado como ilegal em julgamento realizado em segunda instância —, Hassett afirmou que esse é um cenário “muito pouco provável”.

E acrescentou que, caso isso ocorra, haveria outros caminhos para justificar a adoção de tarifas por meio das Seções 301 (que permite retaliar parceiros comerciais por políticas que prejudiquem o comércio americano) ou 232 (já utilizada para tributar importações de aço e alumínio) da Lei de Comércio, por exemplo.

[Fonte Original]

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