Crédito, Getty Images
- Author, Mariana Alvim
- Role, Da BBC News Brasil em São Paulo*
O ativista conservador Charlie Kirk, aliado do presidente Donald Trump, foi morto em um atentado nesta quarta-feira (10/9) durante um evento nos Estados Unidos.
A morte foi anunciada pelo próprio Trump em sua rede social Truth Social.
Cinco fontes confirmaram a morte à CBS News, parceira da BBC nos EUA.
Um tiro foi disparado contra Kirk na universidade de Utah Valley, em Orem, Utah, onde ele participava de um evento.
“Um único tiro foi disparado no pátio perto da praça de alimentação do campus de Orem da Universidade Utah Valley quando o Sr. Charlie Kirk começou a falar no evento planejado”, disse a universidade.
O ativista era conhecido por conduzir debates ao ar livre em universidades dos EUA.
Ele liderava o grupo de estudantes conservadores Turning Point USA e tinha um podcast, além de milhões de seguidores nas redes sociais.
Kirk mantinha vínculos com o bolsonarismo. O ativista entrevistou o ex-presidente Jair Bolsonaro em seu podcast, em 2023, e organizou um evento em que Bolsonaro deu uma palestra, em Miami, no mesmo ano.
No X, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se pronunciou sobre o ataque, ainda antes do anúncio da morte: “Nossas orações pela saúde de @charliekirk11 covardemente atingido por um tiro em seu pescoço hoje numa universidade.”
Segundo Mike Wendling, jornalista da BBC News, Kirk era um dos maiores influenciadores conservadores nos EUA.
Wendling afirma que o ativista era um apoiador “fervoroso” de Trump e teve um papel fundamental no movimento MAGA (em referência ao slogan “Make America Great Again”), base de apoio do presidente americano.
“O Turning Point investiu com dinheiro e pessoas nos estados indecisos durante a eleição presidencial do ano passado. Ele [Kirk] discursou em convenções republicanas e, no ano passado, Donald Trump retribuiu o favor com um grande discurso em uma conferência no Turning Point no Arizona”, relata o jornalista da BBC.

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A religião evangélica e a família de Kirk — ele era casado com uma ex-Miss Arizona, com quem tem dois filhos — tinham bastante destaque em sua atuação.
Ele era visto como o futuro do ativismo conservador e, ao mesmo, é alguém fortemente controverso.
O repórter da BBC News Bernd Debusmann Jr. estava na Casa Branca quando a notícia do ataque começou a circular e relata que o clima ali foi de choque.
“Eu fiquei sabendo que o atentado havia ocorrido quando uma jovem funcionária ofegante exclamou ‘meu Deus, Charlie Kirk foi baleado’, enquanto eu estava do lado de fora do escritório de um funcionário de alto escalão da Casa Branca. Isso provocou ainda mais exclamações de outros funcionários da Casa Branca que estavam por perto”, conta Bernd Debusmann Jr.
*Com informações de Owen Amos e Caitlin Wilson, em Washington DC; e Brandon Livesay em Nova York