Em um movimento de correção após as perdas de ontem, o dólar opera em alta no exterior e as taxas de Treasuries também avançam, enquanto as bolsas de Nova York têm sinal misto. Com as evidências de arrefecimento da demanda do consumidor e de um mercado de trabalho em declínio, os mercados esperam um corte de juros de 0,25 ponto percentual pelo Federal Reserve (Fed) na semana que vem, e outros cortes subsequentes ainda este ano.
Por volta de 13h10, o índice DXY – que mede a relação entre o dólar e uma cesta de moedas de países desenvolvidos –subia 0,23% a 97,75 pontos. O rendimento da T-note de dois anos subia a 3,566%, de 3,552% no fechamento anterior, enquanto o da T-note de dez anos tinha alta de 4,030% a 4,059%.
O índice Dow Jones operava em queda de 0,41%, aos 45.917,52 pontos, no horário acima, em um movimento de realização de lucros após as bolsas renovarem máximas históricas de fechamento na sessão de ontem. O S&P 500 estava praticamente estável (-0,03%), aos 6.585,43 pontos; e o Nasdaq ganhava 0,36%, aos 22.123,35 pontos.
Mais cedo, o índice de sentimento do consumidor medido pela Universidade de Michigan caiu de 58,2 em agosto para 55,4 pontos em setembro, a menor taxa em quatro meses, com os temores de uma inflação mais alta e de fraqueza do mercado de trabalho pesando sobre as famílias, diz o economista da Capital Economics, Paul Ashworth. As expectativas de inflação permaneceram estáveis em 4,8% no período de 12 meses e subiram de 3,5% para 3,9% em cinco anos.
Já o índice de condições atuais, que tende a se correlacionar mais com as condições do mercado de trabalho, caiu modestamente de 61,7 para 61,2, mas a pesquisa mostra que uma proporção elevada de entrevistados está preocupada com o aumento do desemprego e o risco de perda de emprego, afirma. “No geral, este é mais um dado que sugere que o Fed deveria recalibrar a política monetária para aproximá-la de um cenário neutro.”
Os dados de ontem mostraram que a inflação permanece acima da meta, e as tarifas provavelmente a manterão elevada no curto prazo, mas a balança de riscos pende para a necessidade de mais apoio à economia, escrevem os economistas do ING, em nota. Eles afirmam que o Fed deve reduzir suas projeções para o crescimento e a inflação, enquanto eleva suas estimativas para o desemprego.
“É possível que o Fed opte por começar com um corte de 0,50 ponto percentual, assim como fez em setembro do ano passado”, dizem os economistas. Os diretores do Fed Christopher Waller e Michelle Bowman devem votar a favor de um corte maior, justificando-o com base na opinião de que o Fed deveria ter afrouxado a política monetária em julho e que a deterioração do mercado de trabalho desde então significa que alguma recuperação precisa ser feita.
No entanto, a cautela da maioria dos membros em relação ao impacto das tarifas na inflação significa que 0,25 ponto é o resultado mais provável, e é isso que o mercado também está antecipando. Para o ING, o Fed deve prosseguir com cortes de 0,25 ponto nas reuniões de política monetária de outubro, dezembro, janeiro e março.