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sábado, setembro 13, 2025

Juíza que combateu a corrupção assume Nepal após protestos contra censura

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A ex-juíza da Suprema Corte Sushila Karki assumiu nesta sexta-feira (12) como primeira-ministra interina do Nepal, após a onda de protestos de jovens contra a corrupção e a censura nas redes sociais derrubar o governo do então premiê comunista K.P. Sharma Oli. Aos 73 anos, ela se torna a primeira mulher a ocupar o cargo na história do país.

A posse ocorreu na sede presidencial em Katmandu, em meio a forte esquema de segurança militar. O assessor presidencial Sunil Bahadur Thapa confirmou que o Parlamento foi dissolvido e que Karki liderará um governo de transição que deve convocar eleições “provavelmente dentro de seis, sete ou oito meses”.

A nomeação foi resultado de intensas negociações entre o presidente Ram Chandra Poudel, as Forças Armadas e representantes do movimento estudantil, que exigiam a dissolução imediata do Parlamento. “Esses jovens rapazes e moças me pediram, me solicitaram”, declarou Karki a um canal de TV indiano, ao aceitar a responsabilidade de liderar o governo interino.

Os protestos no Nepal começaram em 4 de setembro, quando o governo comunista de Oli ordenou o bloqueio de 26 redes sociais, medida vista como tentativa de sufocar críticas. A repressão policial resultou em mais de 50 mortos e mais de mil feridos, segundo balanço oficial. A violência aumentou após a renúncia de Oli, com saques e incêndios que atingiram prédios públicos, inclusive o Parlamento e a sede presidencial.

Karki construiu sua carreira enfrentando casos de corrupção em um país marcado pela influência de elites políticas e econômicas. Como juíza, sofreu uma tentativa de impeachment após o Supremo anular a nomeação de um chefe de polícia feita pelo governo, processo que a ONU classificou como “politicamente motivado”. A pressão popular forçou a retirada da denúncia.

Sua trajetória também é marcada pela defesa dos direitos das mulheres, o que a tornou referência para jovens advogadas e juízas no Nepal.

O nome de Karki foi mencionado desde o início da crise como uma opção para chefiar um governo interino, embora houvesse obstáculos legais, pois a Constituição estabelece que somente um membro do Parlamento pode ser nomeado primeiro-ministro.

[Fonte Original]

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