O Brasil é conhecido por sua enorme diversidade de fauna, mas muitas espécies enfrentam sérios riscos devido à ação humana. A perda de habitat, a caça ilegal, as mudanças climáticas e a poluição ameaçam a sobrevivência desses animais.
Uma espécie é considerada ameaçada quando suas populações diminuem a ponto de comprometer sua sobrevivência futura. Apesar da existência de leis de proteção ambiental, a fiscalização limitada e a impunidade dificultam a preservação efetiva dessas espécies.
A seguir, conheça oito animais da fauna brasileira que enfrentam graves riscos, suas características e os desafios que comprometem sua sobrevivência.
8 animais brasileiros que beiram a extinção
Boto-cor-de-rosa
Também chamado de boto-vermelho, é o maior golfinho de água doce do mundo, habitando rios da Bacia Amazônica, Solimões e Araguaia.
Os machos apresentam coloração mais intensa e maior tamanho que as fêmeas. Alimenta-se principalmente de peixes, além de tartarugas e caranguejos, e durante as cheias se desloca para áreas alagadas em busca de alimento.
Apesar de não ser amplamente caçado, sofre com capturas acidentais em redes de pesca e mortalidade em cativeiro fora do seu habitat natural.
Onça-pintada

O maior felino das Américas, a onça-pintada é um predador essencial para o equilíbrio dos ecossistemas. Vive em florestas tropicais, áreas alagadas e regiões próximas a rios, caçando presas de grande porte.
Sua população enfrenta declínio devido à perda de habitat e à caça, sendo classificada como “quase ameaçada” pela IUCN.
Além de seu papel ecológico, a onça possui forte presença cultural entre povos indígenas e comunidades do Pantanal.
Mico-leão-dourado

Endêmico da Mata Atlântica, o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é reconhecido pela pelagem dourada e pela juba característica. Vive em grupos de até nove indivíduos e se alimenta de frutos, néctar e pequenos animais.
A espécie está ameaçada principalmente pela fragmentação do habitat, mas programas de conservação e reprodução em cativeiro têm contribuído para sua recuperação, com cerca de 3.200 indivíduos em liberdade.
Considerado espécie-bandeira, simboliza a luta pela preservação da Mata Atlântica. Você deve reconhecê-lo das notas de R$ 20.
Tatu-canastra

Também conhecido como tatuaçu, é o maior tatu vivo, podendo ultrapassar 1 metro de comprimento.
Alimenta-se principalmente de cupins e formigas e possui baixa taxa reprodutiva, com geralmente apenas uma cria por ano.
A espécie é vulnerável devido à perda de habitat, caça, queimadas e atropelamentos, sendo estimado que sua população tenha diminuído entre 30% e 50% nas últimas três décadas.
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Lobo-guará

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul, com até 90 cm de altura e 30 kg. Habita o Cerrado brasileiro e regiões da América do Sul, sendo solitário e crepuscular.
Alimenta-se de frutos e desempenha papel crucial na dispersão de sementes. Enfrenta ameaças como destruição do Cerrado, atropelamentos, caça e doenças de cães domésticos, e estima-se que existam apenas 23 mil indivíduos.
Apesar disso, é símbolo de conservação e aparece na cédula de 200 reais.
Anta

A anta (Tapirus terrestris), maior mamífero terrestre do Brasil, vive em florestas e áreas abertas próximas a rios. Possui reprodução lenta, com gestação superior a 400 dias e geralmente apenas um filhote por vez. É frugívora e fundamental na dispersão de sementes.
A espécie está listada como vulnerável pela IUCN e enfrenta ameaças como desmatamento, caça e doenças transmitidas por animais domésticos.
No Pantanal e na Amazônia, suas populações são relativamente estáveis, mas em outros biomas seu estado de conservação varia de vulnerável a criticamente em perigo.
Ariranha

A ariranha (Pteronura brasiliensis), também chamada de lontra-gigante, é o maior mustelídeo do mundo, podendo atingir 1,7 metro de comprimento. É social e vive em grupos familiares, alimentando-se principalmente de peixes.
A espécie sofreu forte declínio devido à caça por sua pele e à perda de habitat, sendo listada como ameaçada pela IUCN. Medidas de proteção e recuperação de habitats têm possibilitado sinais de recuperação populacional.
Mero-preto

Também chamado de badejão ou garoupa-preta, o mero-preto (Epinephelus itajara), é um dos maiores peixes ósseos do mundo.
Adultos vivem em recifes rochosos, enquanto juvenis dependem de manguezais como berçário natural.
A espécie é altamente vulnerável à pesca excessiva, exploração de agregações de desova e degradação dos manguezais, sendo considerada vulnerável pela IUCN. Programas de conservação incluem moratórias de pesca e monitoramento de habitats críticos.