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segunda-feira, setembro 15, 2025

O poder da música

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Quem nunca sentiu um arrepio ao ouvir uma canção marcante, uma lágrima escorrer com uma melodia nostálgica, uma energia extra ao colocar aquela playlist para treinar ou até mesmo o poder da cura para ajudar em um tratamento médico? A música, que muitos consideram apenas um prazer cultural, hoje é reconhecida pela ciência como uma verdadeira aliada da saúde. E não se trata de metáfora: revisões sistemáticas, meta-análises e diretrizes médicas confirmam que a música pode reduzir dor, modular emoções, estimular o cérebro e até ajudar no tratamento de doenças graves.

A primeira descoberta fascinante é seu efeito analgésico. Estudos mostram que ouvir música ativa redes de recompensa no cérebro, estimulando a liberação de dopamina e opioides endógenos, substâncias que naturalmente aliviam a dor. Em situações de dor aguda ou crônica, esse efeito pode ser intensificado quando o corpo entra em sintonia com a música, seja respirando no mesmo ritmo ou movendo-se de acordo com a batida. Isso explica por que muitos pacientes em hospitais relatam sentir menos desconforto quando têm a oportunidade de ouvir música durante procedimentos ou tratamentos.

Outro campo em que a música surpreende é o da neuroplasticidade. Escutar, cantar ou tocar um instrumento promove alterações no cérebro que favorecem conexões neuronais e liberam fatores neurotróficos essenciais para a proteção e renovação das células nervosas. Pesquisas apontam que a musicalização pode até modular genes ligados à plasticidade sináptica, mostrando potencial terapêutico para doenças como Alzheimer, Parkinson e sequelas de AVC. Em outras palavras, a música é um treino cerebral poderoso, que fortalece a mente e protege contra o desgaste cognitivo.

Nos pacientes com câncer, a musicoterapia já se consolidou como recurso eficaz. Ela reduz sintomas de ansiedade, depressão, fadiga e dor, além de proporcionar esperança e melhorar a qualidade de vida. Curiosamente, não se trata apenas de sensação subjetiva: pequenas reduções em parâmetros fisiológicos como frequência cardíaca, respiratória e pressão arterial já foram documentadas. O detalhe importante é que os maiores benefícios aparecem quando a intervenção é conduzida por profissionais especializados em musicoterapia, que sabem estruturar as sessões de acordo com as necessidades individuais.

Na vida cotidiana, a música também é combustível para o corpo. Durante a prática de atividade física, ouvir um ritmo acelerado não apenas aumenta a disposição, como reduz a percepção de esforço, melhora o humor e otimiza a eficiência fisiológica. Basta observar qualquer academia ou grupo de corrida: onde há música, o desempenho tende a ser maior e mais prazeroso.

Em distúrbios neurológicos, como demência, autismo e doença de Parkinson, a música tem papel ainda mais especial. Ao promover engajamento, emoção e interação social, ela ajuda na reabilitação motora, cognitiva e comportamental. Não é à toa que hospitais e centros de reabilitação em vários países já incorporam sessões de música como parte do cuidado integral.

E os benefícios não param por aí. Mesmo em pessoas saudáveis, dedicar de 30 a 60 minutos por semana a atividades musicais, seja cantar, tocar um instrumento ou simplesmente ouvir, já traz impactos positivos no bem-estar, no humor e até na integração social. Em crianças, a música estimula o desenvolvimento cognitivo e a criatividade. Em adultos, alivia o estresse e favorece a concentração. Nos idosos, preserva a memória e combate o isolamento.

Diante de tantas evidências, fica claro: a música não é apenas entretenimento. É uma intervenção não invasiva, de baixo custo e sem efeitos colaterais, capaz de melhorar a saúde física, mental e social. Incorporar a música no dia a dia, no treino ou em casa, pode ser tão terapêutico quanto uma receita médica.

Então, da próxima vez que você estiver ansioso, cansado ou precisando de foco, coloque uma música que faça sentido para você. Seu corpo e sua mente vão agradecer. Afinal, se a vida já tem seu ritmo, nada melhor do que afiná-lo com uma boa melodia.

[Fonte Original]

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