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quarta-feira, setembro 17, 2025

Escola pública marca presença no Jovem Cientista

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O Prêmio Jovem Cientista evidencia presença marcante da pesquisa nas escolas públicas: na edição deste ano, 274 projetos inscritos na categoria Estudante do Ensino Médio vieram da rede pública, contra 82 da rede privada. Para Vanessa Ronchi, coordenadora do prêmio na Fundação Roberto Marinho, volume revela que a iniciativa mobiliza escolas de diferentes contextos e confirma o papel da educação básica na formação científica.

Na edição passada, todos os vencedores da categoria eram de escolas públicas, em sua maioria institutos federais e colégios técnicos, que oferecem formação em pesquisa desde a educação básica. O modelo, avalia a coordenadora, serve como referência para pensar políticas públicas de incentivo à ciência na escola.

“Aprender a fazer ciência ainda na escola amplia os horizontes de carreira e faz com que os jovens se imaginem como pesquisadores. Às vezes, no imaginário comum, o pesquisador e cientista é aquele personagem distante, que precisa ser extremamente inteligente, fora do comum. E o que esses jovens relatam é que, na verdade, a ciência pode ser feita por todos que se dedicam neste caminho, aponta Ronchi.

Exemplo desse protagonismo é a história de Bernardo de Souza Cordeiro, de 19 anos, aluno do Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais. Preocupado com a urgência em reduzir o uso de agrotóxicos na produção de alimentos, ele desenvolveu um sistema de defensivos agrícolas agroecológicos com o apoio da internet das coisas (IoT). O projeto conquistou o primeiro lugar na categoria Ensino Médio da 30ª edição do prêmio.

Além da estrutura curricular diferenciada, a dedicação dos professores tem sido apontada como peça central para o sucesso dos projetos. Mesmo em contextos de limitação de recursos, o engajamento docente garante que os estudantes explorem a pesquisa e transformem a sala de aula em espaço de produção científica.

A vivência na pesquisa durante o ensino médio tem efeitos duradouros. Um levantamento feito em 2015 com ex-participantes do prêmio revelou que sete em cada dez continuavam investigando os mesmos temas anos depois. A coordenadora ressalta que ampliar essa experiência exige políticas voltadas tanto à formação e valorização de professores quanto ao apoio estrutural às escolas.

“Entendo que oportunizar a experiência da ciência ainda no ensino básico é fundamental. Para isso se faz necessário pensar em uma formação e reconhecimento adequados ao professor em sala de aula, além de políticas públicas que destine recursos para melhorias de infraestrutura ou apoie projetos científicos”, conclui Ronchi.

A 31ª edição do Prêmio Jovem Cientista recebeu 919 inscrições de estudantes e pesquisadores de todo o Brasil nas categorias Ensino Médio, Ensino Superior, Mestre e Doutor. O tema deste ano desafiou os participantes a apresentar respostas às mudanças climáticas, aliando ciência, tecnologia e inovação. O resultado será divulgado até novembro em Brasília.

[Fonte Original]

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