Um terremoto de magnitude 7,8 atingiu nesta sexta-feira (19) a costa leste da península russa de Kamchatka, cenário de outro sismo semelhante há poucas semanas, após o qual as autoridades declararam um alerta de tsunami por várias horas.
O movimento telúrico teve seu epicentro 29 quilômetros abaixo do leito marinho, a cerca de 162 quilômetros da costa de Kamchatka, uma das áreas de maior atividade sísmica e vulcânica do planeta.
No caso da capital regional, Petropavlovsk-Kamchatsky, foram sentidos efeitos de magnitude 7 em alguns bairros da cidade, embora não tenha havido vítimas ou danos.
O governador regional, Vladimir Solodov, declarou o alerta de tsunami na costa leste após um aumento de cerca de 30 centímetros no nível do mar em um ponto da península e de 15 centímetros nas ilhas Curilas do sul.
Segundo seus cálculos, Kamchatka já sofreu cerca de 20 mil réplicas desde 30 de julho, embora esta última “tenha sido bastante forte”.
Solodov também informou que, mesmo sem danos, a população experimenta “um considerável impacto psicológico”, razão pela qual as autoridades mantêm abertos os centros de acolhimento temporário.
Cientistas russos preveem que haverá mais réplicas no futuro, mas que esta provavelmente tenha sido a mais potente de todas.
Kamchatka foi palco em 30 de julho de um terremoto de magnitude 8,8, o maior desde 1952, o que provocou o despertar simultâneo de sete vulcões em Kamchatka pela primeira vez em quase 300 anos.
O terremoto obrigou muitos países da bacia do Pacífico a declarar um alerta de tsunami, embora não tenha havido vítimas fatais e os danos materiais tenham sido menores.
Parte do Círculo de Fogo do Pacífico, Kamchatka tem cerca de 30 vulcões ativos dos quase 130 que possui no total, inscritos na lista de Patrimônio Mundial da Unesco desde 1996.
Além da alta atividade vulcânica, a região sofre terremotos constantes por estar na borda da placa tectônica norte-americana, fazendo limite com a eurasiana, a do Pacífico, e muito próxima da placa filipina.