Resumo da notícia:
Caso o suporte seja mantido, o próximo alvo para o BTC é a região de US$ 124.000; por outro lado, uma perda consistente pode levar o preço a buscar os US$ 100.000.
O preço do Bitcoin (BTC) abre a semana lutando por um suporte fundamental para a retomada da tendência de alta. Segundo Diego Pohl, analista da Crypto Investidor, “a manutenção do suporte em US$ 112.000 junto à Média Móvel de 21 períodos no gráfico semanal é essencial para sustentar a estrutura de alta que vem se desenhando nas últimas semanas.”
Após uma semana de baixa volatilidade no mercado de criptomoedas, marcada pela confirmação do primeiro corte de juros do Banco Central dos EUA (Fed) em 2025, o preço do Bitcoin voltou a testar sua resistência na faixa de US$ 112.000 nas primeiras horas desta segunda-feira, 22 de setembro.
A queda provocou o maior evento de liquidação de posições compradas em derivativos de criptomoedas em 2025, totalizando mais de US$ 1,7 bilhão apenas no domingo.
“Com a abertura dos mercados asiáticos, o Bitcoin perdeu o suporte dos US$ 115 mil — faixa que vinha sendo respeitada há algum tempo — e caiu para US$ 112 mil, recuando mais de 3% em um único dia”, destacou Murilo Cortina, diretor de novos negócios da QR Asset, no boletim semanal de análise de mercado da gestora brasileira.
Em um ambiente de flexibilização da política monetária nos EUA, a correção limitou-se ao mercado de criptomoedas. Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq fecharam o pregão em leve alta, enquanto o ouro atingiu novas máximas históricas acima de US$ 3.728 por onça.
Cortina avalia que o movimento recente do preço do Bitcoin “parece mais uma correção de curto prazo após um longo período de valorização.” Ao mesmo tempo, o executivo alerta que “o cenário macro, embora mais favorável, ainda traz tensões relevantes”:
“Os próximos dados da economia americana serão cruciais para avaliar a saúde do mercado. O mercado cripto deve seguir parte dessa narrativa macro no curto prazo, mas com volatilidade ampliada por dinâmicas próprias.”
Nesta semana, será divulgado o Índice de Despesas de Consumo Pessoal (PCE) nos EUA, que é o indicador de inflação mais importante para a definição da política monetária do Fed. Enquanto os dados não são divulgados, a FedWatch Tool do CME Group aponta 89,8% de chances de um novo corte de juros na reunião de outubro do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC).
O boletim semanal de análise de mercado da Binance Research aponta que a flexibilização da política monetária nas condições atuais é bastante incomum:
“Os mercados de ações e criptomoedas estão em níveis recordes ou próximos a eles, mas o Fed está flexibilizando a política monetária, mesmo com inflação acima da meta. O sinal é claro: o Fed está priorizando o lado do emprego em seu mandato duplo. Os mercados já estão precificando até quatro cortes até setembro de 2026, o que marcaria um dos ciclos de flexibilização mais agressivos em décadas, dada a inflação estável.”
Um eventual repique inflacionário obrigaria o Fed a manter os juros estáveis ou ao menos desacelerar futuros cortes, pressionando os ativos de risco como o Bitcoin e as criptomoedas, alerta o boletim:
“Nesse cenário, o impulso proporcionado por juros mais baixos e liquidez adicional pode ser insuficiente para compensar fundamentos mais fracos. Uma aterrissagem suave ainda é possível nos EUA, mas o Fed enfrenta um dos dilemas mais delicados dos últimos ciclos.”
Análise do preço do Bitcoin
A semana se inicia com o Bitcoin sob pressão após a perda do suporte de US$ 115.000. Embora a magnitude da liquidação de posições alavancadas sugira que os US$ 112.000 possam atuar como zona de suporte no curto prazo, a retomada da tendência de alta na última semana de setembro depende da capacidade dos touros de manter intacta essa linha na areia, afirma Diego Pohl:
“Caso o suporte em US$ 112.000 não seja violado, o Bitcoin tende a ganhar fôlego para um novo movimento de expansão. O primeiro alvo relevante está em US$ 124.000.”
O eventual rompimento da máxima histórica reforçaria a continuidade da tendência de alta, com a região entre US$ 150.000 e US$ 170.000 (em verde no gráfico abaixo) como próximos alvos.
“Porém, se houver perda consistente do suporte em US$ 112.000, o preço do Bitcoin poderá buscar a faixa dos US$ 100.000, junto à Média Móvel de 50 períodos”, aponta o analista.
A marcação de um fundo local nessa região é fundamental para servir de base para uma nova tentativa de retomada da tendência de alta de longo prazo, conclui Pohl.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, alguns analistas apontam que a queda para US$ 112.000 é um sinal de “exaustão” do atual ciclo de alta do Bitcoin.
Este artigo não contém conselhos ou recomendações de investimento. Todo investimento e negociação envolve riscos, e os leitores devem conduzir sua própria pesquisa ao tomar uma decisão.