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terça-feira, setembro 23, 2025

‘Comprar 5% em Bitcoin aumenta a lucratividade e reduz a volatilidade nos investimentos’, diz estudo da BlackRock

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Principais pontos

  • Estudo da BlackRock mostra que incluir Bitcoin aumenta retorno e reduz volatilidade de carteiras brasileiras.

  • Adoção do Bitcoin cresce mais rápido que internet e celular em seus inícios.

  • Ativo digital se consolida como reserva de valor e porto seguro em crises.

Nesta segunda, 22, durante o evento DAC Insiders, promovido pelo Mercado Bitcoin, Cristiano Castro, Diretor do segmento Wealth da BlackRock Brasil, apresentou um estudo feito pela empresa no qual a inclusão de Bitcoin melhora a eficiência de uma carteira de investimentos.

Segundo a gestora, mesmo pequenas alocações no ativo digital, como 1%, 3% e 5% de um portifólio, não apenas ampliam a rentabilidade como também reduzem a volatilidade de longo prazo.

A análise partiu de uma composição tradicional de portfólio brasileiro, formada por 30% em Bovespa, 40% em CDI e 30% em IMA-B. Nesse cenário, os resultados ao longo de dez anos apontaram retorno anualizado de 10,56%, volatilidade de 8,06% e índice de Sharpe de 0,15. O drawdown máximo alcançou -13,4%.

Quando o Bitcoin foi incluído em proporções de 1%, 3% ou 5%, o resultado surpreendeu. Com apenas 1%, o retorno anualizado subiu para 11,47%, a volatilidade caiu para 7,91% e o Sharpe aumentou para 0,27.

Além disso, o drawdown recuou para -8,27%. Esse efeito se manteve em proporções maiores, confirmando que a criptomoeda, longe de ser apenas um ativo especulativo, funciona como elemento de diversificação.

Adoção do Bitcoin cresce mais rápido que o celular

Castro destacou que a adoção dos ativos digitais cresce mais rápido que a própria internet e os celulares em seus estágios iniciais. Esse ritmo acelerado mostra que ainda estamos apenas no começo da trajetória.

O estudo também apontou diferenças geracionais. Enquanto boomers e geração X ainda concentram a maior parte da riqueza, os millennials já estão mais expostos a cripto do que a fundos mútuos ou ações. Apenas 21% desse grupo investem em fundos mútuos, contra 38% que aplicam em ativos digitais. Essa mudança de comportamento deve ganhar força à medida que o poder de decisão econômica migra para as gerações mais jovens.

Castro lembrou o caso do iShares Bitcoin Trust (iBIT), ETF que se tornou o fundo que mais rapidamente atingiu a marca de US$ 50 bilhões. Para efeito de comparação, o IEFA, segundo colocado, levou quase seis anos para alcançar esse patamar.

“Esse ritmo de adoção não só legitima o mercado, como também atrai novos investidores que nunca haviam comprado produtos da BlackRock”, afirmou.

Perda do poder de compra das moedas fiduciárias

Outro ponto levantado foi a erosão do valor das moedas tradicionais ao longo das décadas. Um dólar em 1913 valia exatamente um dólar. Hoje, 112 anos depois, perdeu 97% do poder de compra, valendo apenas US$ 0,03 em termos reais.

Nos mercados emergentes, o impacto foi ainda mais severo. O real perdeu cerca de 98% de seu valor desde os anos 2000, a Rússia 76% e a Turquia 66%. Nesse contexto, os ativos digitais surgem como alternativa para preservação de patrimônio.

O Bitcoin, com sua escassez programada, tem se consolidado como uma reserva de valor moderna. Para Castro, o ativo deve ser visto não apenas como especulação, mas como proteção em cenários de inflação persistente.

Durante anos, a principal crítica ao Bitcoin foi a volatilidade. Porém, os dados da BlackRock mostram que, ciclo após ciclo, o ativo se aproxima do comportamento de instrumentos tradicionais. Essa redução da oscilação reforça seu papel em portfólios institucionais.

O levantamento também mostrou que o Bitcoin aparece constantemente entre os ativos com maior retorno em diferentes anos, superando ações, ouro e títulos em diversos momentos. Essa performance, aliada à queda gradual da volatilidade, explica por que gestores globais começam a tratá-lo como peça central de diversificação.

Para ilustrar, Castro destacou que 70% dos investidores do iBIT nunca haviam comprado produtos BlackRock antes. Isso significa que os criptoativos não apenas atraem novos públicos, mas também ampliam a base do mercado financeiro.

O Bitcoin em cenários de crise

Castro também analisou como o Bitcoin se comportou diante de choques geopolíticos e crises financeiras recentes. Ele citou eventos como a escalada entre EUA e Irã, o surto de Covid, a disputa eleitoral de 2020, a invasão da Ucrânia pela Rússia, a crise dos bancos regionais americanos e, mais recentemente, o chamado Liberation Day, referente à declaração de tarifas globais.

Em muitos desses episódios, ativos tradicionalmente vistos como porto seguro, como o ouro, não reagiram da forma esperada. Já o Bitcoin apresentou desempenho positivo, revelando uma descorrelação importante em momentos de estresse. Segundo Castro, isso mostra que a criptomoeda começa a disputar espaço como novo safe haven.

Ele lembrou o caso específico da invasão da Ucrânia, quando a maioria dos mercados ocidentais estava fechada. “Naquele momento, a única moeda global disponível para transações rápidas era o Bitcoin. Esse fator 24/7 traz uma vantagem operacional imensa”, explicou.

A negociação ininterrupta do Bitcoin também ajuda a resolver um desafio antigo do sistema financeiro: como integrar bolsas globais que operem sem interrupção. Nesse sentido, a criptomoeda já funciona como alternativa prática, especialmente em contextos de crise, quando a liquidez imediata faz toda a diferença.

Castro também lembrou que o ponto central não está em definir se a alocação deve ser de 1%, 3% ou 5%, mas sim em dar o primeiro passo.

“A simples inclusão do Bitcoin já potencializa o equilíbrio entre risco e retorno, deixando a carteira mais eficiente”, afirmou.

[Fonte Original]

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