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terça-feira, outubro 7, 2025

O portal do estranhamento em Nise da Silveira – Revista Cult

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O encontro entre Nise da Silveira e o crítico Mário Pedrosa foi decisivo para que a experiência do Engenho de Dentro não ficasse reduzida a um experimentalismo clínico. Sabe-se que, antes desse encontro, Nise vinha criticando as técnicas “inovadoras” do eletrochoque, do choque insulínico, bem com a política de internação e silenciamento da loucura. O que não é tão conhecido é que, no fundo dessa objeção ao experimentalismo intrusivo, talvez estivessem seus estudo sobre a afasia, ainda nos tempos de estudante de medicina. A afasia não é apenas uma perturbação da fala, com sintomas na linhagem da expressão e da compreensão: ela se mostrou historicamente um modelo para entender o funcionamento mental.

Freud estudou a questão em Sobre a concepção das afasias (1891). Luria e Vygotsky propuseram um modelo neurológico de compreensão do processo afásico, modelo desdobrado por Roman Jakobson para desenvolver sua teoria estrutural da linguagem e retomado por Lacan em sua tese do inconsciente estruturado como uma linguagem. A afasia é um sintoma que pode ser claramente correlacionado com áreas cerebrais, de Broca e Wernicke, possuindo uma relação direta com a ontogênese da aquisição de fala pela criança, permitindo estudar, comparativamente, variações entre tipos de linguagem e formas de cultura. O programa teórico e o experimentalismo de Nise nunca esconderam sua afinidade com Jung, não apenas quanto à mobilização de conceitos, mas também quanto a seus propósitos. Diz ela em Imagens do inconsciente: “Desde os primeiros a

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