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terça-feira, outubro 7, 2025

Multilateralismo é defesa da democracia internacional, diz presidente da COP30

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O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, afirmou nesta segunda-feira (6), no Rio, que o multilateralismo é defesa da democracia internacional porque garante voz a pequenos países e assegura a legitimidade das decisões globais. A declaração ocorreu na abertura do evento “States of the Future: Rumo à COP30″, que discute o papel do Estado na construção de um futuro resiliente.

“Fortalecer o multilateralismo quer dizer que você precisa das organizações internacionais funcionando como um Estado, porque elas representam a democracia internacional”, afirmou. Para o embaixador, preservar esse sistema é essencial para que países médios e pequenos tenham participação efetiva nas decisões sobre o clima.

Segundo Corrêa do Lago, o fortalecimento do multilateralismo é uma das três prioridades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a COP30. A segunda é traduzir o Acordo de Paris para a vida real, mostrando como as metas e compromissos internacionais podem ter impacto concreto na economia e na população. “O Acordo de Paris, assinado há dez anos, deve valorizar o que foi feito, mas também mostrar o que precisa ser feito além dele”, disse.

A terceira prioridade, segundo o embaixador, é envolver todos os atores internacionais na implementação dos compromissos climáticos. “O Acordo de Paris, como a convenção do clima, é uma estrutura criada para negociar, mas não é boa para implementar”, observou.

Ele defendeu ampliar o engajamento para além do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), responsável por ações concretas no âmbito das Nações Unidas, e incluir instituições como o Banco Mundial, os bancos multilaterais e o Fundo Monetário Internacional (FMI), diante da complexidade dos eventos climáticos extremos.

Corrêa do Lago ressaltou a importância crescente da adaptação às mudanças do clima. “Há 20 anos, como muitos, eu achava que adaptação era menos importante do que mitigação porque era reconhecer que você fracassou. Mas é necessária frente à rapidez das mudanças climáticas”, afirmou, citando as enchentes no Rio Grande do Sul como exemplo da urgência de planejamento e infraestrutura.

O presidente da COP30 destacou ainda que o Brasil está bem posicionado na nova economia verde, com vantagens comparativas em energia limpa e agricultura sustentável. “O clima será central na nova fase da economia mundial, e o Brasil é provavelmente o país em desenvolvimento melhor posicionado”, disse.

Corrêa do Lago voltou a afirmar que esta será uma COP de implementação. “Desde a criação da Convenção, muita coisa já foi decidida, o que precisamos agora é implementar e falta os Estados incorporarem isso”, afirmou.

Como exemplo desse avanço, citou a criação do Círculo de Ministros da Fazenda na COP de Belém, coordenado pelo ministro brasileiro Fernando Haddad, que reúne 37 países. “É completamente diferente levar o resultado de uma COP por um ministro da Fazenda, que é quem vai implementar”, completou.

Embaixador André Corrêa do Lago — Foto: Gesival Nogueira Kebec/Valor

[Fonte Original]

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