Um trio de pesquisadores, John Clarke, Michel H. Devoret e John M. Martinis, foi laureado nesta terça-feira (7) com o Nobel de física por trabalhos inovadores na área de mecânica quântica.
Os cientistas ganharam o prêmio “pela descoberta do tunelamento mecânico quântico macroscópico e da quantização de energia em um circuito elétrico na qual demonstraram tanto o tunelamento quântico quanto os níveis de energia quantizados em um sistema grande o suficiente para ser segurado na mão”, anunciou o Comitê Nobel nesta terça-feira em uma cerimônia em Estocolmo, na Suécia.
Em outras palavras, os pesquisadores desenvolveram uma série de experimentos para demonstrar que as “propriedades bizarras” do mundo quântico podem ser concretizadas em um sistema grande o suficiente para ser segurado na mão, acrescentou o comitê.
Em uma coletiva, Clarke se disse surpreso com o resultado. “Não havíamos percebido de forma alguma que isso poderia ser a base de um prêmio Nobel”, afirmou, referindo-se às pesquisas conduzidas por eles entre 1984 e 1985 na Universidade da Califórnia, Berkeley.
Segundo o comitê, os estudos desenvolvidos pelo trio criaram oportunidades para o desenvolvimento da próxima geração de tecnologia quântica, incluindo criptografia quântica, computadores quânticos e sensores quânticos.
Os experimentos que levaram ao nobel
Segundo o site do Prêmio Nobel, os três pesquisadores construíram um circuito elétrico com dois supercondutores, componentes que podem conduzir corrente sem qualquer resistência elétrica.
Eles os separaram com uma fina camada de material que não conduz corrente alguma. Nesse experimento, eles mostraram que podiam controlar e investigar um fenômeno no qual todas as partículas carregadas no supercondutor se comportam em uníssono, como se fossem uma única partícula que preenche todo o circuito.
Esse sistema, semelhante a uma partícula, estaria preso em um estado em que a corrente flui sem qualquer voltagem – um estado do qual não possui energia suficiente para escapar.
No experimento, o sistema demonstra seu caráter quântico ao usar o tunelamento para escapar do estado de voltagem zero, gerando uma voltagem elétrica. Os laureados também conseguiram demonstrar que o sistema é quantizado, o que significa que ele absorve ou emite energia apenas em quantidades específicas.