Governo do país assumiu um compromisso de exploração sustentável do espaço e prometeu ter um papel mais ativo em relação ao lixo espacial

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Atualmente, existem mais de 130 milhões de fragmentos de detritos maiores que um milímetro orbitando a Terra. Por conta disso, cientistas alertam que o lixo espacial pode ser o responsável pela próxima emergência ambiental.
Em meio a este cenário, pesquisadores do mundo todo buscam desenvolver soluções para este problema. A China, por exemplo, planeja remover os detritos espaciais da órbita, de acordo com um alto funcionário do governo do país.

China se comprometeu em assumir um papel central para resolver o problema
- Segundo informações do portal Space.com, Pequim assumiu um compromisso de exploração sustentável do espaço.
- Em fala no Congresso Internacional de Astronáutica em Sydney, na Austrália, Bian Zhigang, vice-administrador da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), prometeu que o país também assumirá um papel mais ativo em relação ao lixo espacial.
- Segundo ele, a ideia não é apenas rastrear objetos e avaliar as chances de colisões.
- As autoridades chinesas também estariam pesquisando formas de remover os detritos espaciais em órbita.
- Não foram divulgados maiores detalhes dessa tecnologia.
- Especula-se que ela possa estar ligada com os testes dos satélites Shijian-21 e Shijian-25.
- Oficialmente, eles estão conduzindo operações de encontro e proximidade (RPOs), atracando e realizando o primeiro reabastecimento em órbita geoestacionária.
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Possíveis efeitos do acúmulo do lixo espacial
A previsão é que cerca 100 mil espaçonaves possam circundar a Terra até o final desta década. A maioria pertencente a um dos projetos de megaconstelação de satélites, como o Starlink, da SpaceX, que estão atualmente planejados ou sendo implantados. Já a quantidade de lixo espacial queimando na atmosfera anualmente deve ultrapassar 3.300 toneladas.
A maioria dos foguetes em uso hoje funciona com combustíveis fósseis e libera fuligem, que absorve calor e pode aumentar as temperaturas nos níveis superiores da atmosfera da Terra. A incineração atmosférica de satélites produz óxidos de alumínio, que também podem alterar o equilíbrio térmico do planeta.

Ambos os tipos de emissões também têm o potencial de destruir o ozônio, o gás protetor que impede que a perigosa radiação ultravioleta (UV) atinja a superfície da Terra. E também podem produzir anomalias significativas de temperatura na estratosfera. Outro efeito deste manto de cinzas metálicas que está se formando na estratosfera como resultado das reentradas dos satélites pode ser a interferência no campo magnético da Terra.
Essas poeiras podem enfraquecer o campo magnético, possivelmente permitindo que uma radiação cósmica mais prejudicial atinja a superfície do planeta. Quanto maior a altitude das partículas de poluição do ar, mais tempo elas permanecerão na atmosfera e mais tempo terão para causar estragos. E o tamanho destas consequências ainda é algo desconhecido.

Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.