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terça-feira, outubro 21, 2025

Lula anuncia Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência

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Após meses de espera, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta segunda-feira (20) o deputado federal Guilherme Boulos (Psol-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral, no lugar de Márcio Macêdo (PT-SE). Esta é a 13ª mudança feita em ministérios no terceiro mandato do petista e tem como foco um rearranjo de olho nas eleições presidenciais de 2026. A nomeação será publicada na edição de terça-feira (21) do Diário Oficial da União.

A pasta é a responsável pelo diálogo e articulação do governo com os movimentos sociais. É vista também como estratégica por se localizar no Palácio do Planalto e, portanto, próxima do gabinete presidencial.

Macêdo assumiu o ministério em janeiro de 2023. O agora ex-ministro foi tesoureiro do PT e um dos vice-presidentes nacionais da legenda. Nas eleições de 2022, ele coordenou a campanha de eleição de Lula e ganhou notoriedade por ter sido um dos petistas mais importantes na época da prisão de Lula. Era ele o responsável, por exemplo, por fazer a coleta de recursos para garantir a manutenção dos acampamentos de apoio ao presidente, na frente da sede da Polícia Federal em Curitiba (PR).

Apesar de o anúncio ter sido feito nesta segunda-feira, as especulações por uma mudança de Macêdo e anúncio de Boulos acontecem há meses em Brasília. Uma das principais críticas de aliados contra a condução do então ministro era em relação ao distanciamento de Lula dos movimentos sociais, principal atribuição da Secretaria-Geral.

Neste ano, por exemplo, o presidente não compareceu a atos de comemoração ao Dia do Trabalhador como costuma fazer, em uma conjuntura de enfraquecimento dos sindicatos. A ausência no evento, contudo, aconteceu após uma bronca pública dada por Lula pela baixa presença de militantes em um ato no Dia do Trabalhador em São Paulo no 1º de maio de 2024. Macêdo saiu chamuscado do episódio.

O então titular da pasta tentou minimizar a ausência de Lula e negou ter qualquer simbologia. De acordo com ele, o governo “pode participar, se quiser participar”. “Isso é uma questão de foro íntimo, a hora que ele [Lula] deve ir, ou se ele puder ir, às vezes não pode ir, às vezes pode ir. Não tem politização, nem na presença, nem na ausência”, pontuou na época.

Já Boulos é considerado um “pupilo” de Lula e uma aposta do chefe do Executivo federal para a esquerda no Brasil. O deputado concorreu à prefeitura de São Paulo nas eleições 2024 e Lula viajou diversas vezes à capital paulista na tentativa de emplacar o candidato do Psol no município. Mesmo tendo sido a principal aposta do chefe do Executivo federal no pleito do ano passado, ficou em segundo lugar e perdeu para o prefeito Ricardo Nunes (MDB), que se reelegeu.

Segundo fontes, o anúncio de Boulos é um movimento que já prepara o terreno do Palácio do Planalto para a campanha de 2026 em busca da reeleição de Lula. A oficialização não faz parte de uma reforma ministerial, mas de organizar o governo em pontos que estavam sendo avaliados como importante para serem melhorados. Neste caso, a interlocução com movimentos sociais.

Com o anúncio, o governo alega que Boulos entra na gestão petista com o compromisso de que não deve se desfiliar em abril do ano que vem para concorrer ao pleito. Assim, o parlamentar deve ficar até o final de 2026 e ser uma das principais frentes de embate, especialmente nas redes sociais, para a reeleição de Lula.

Nos meses em que as especulações sobre a troca no comando da Secretaria-Geral aumentavam, Lula tratou sobre a possível substituição de Macêdo por Boulos mais de uma vez em conversas com o próprio deputado, mas sem um convite formal. Embora as conversas nos bastidores sobre a dança das cadeiras remontem ao início de março, ainda havia uma resistência no PT e em alas do governo à indicação do parlamentar do Psol para a pasta com gabinete no quarto andar do Palácio do Planalto.

Um fator que deu uma espécie de “sobrevida” ao ministro no cargo foi o fato de movimentos sociais terem resistência ao nome de Boulos na Secretaria-Geral. Para petistas, o parlamentar não tem capacidade de articular com movimentos e sociedade civil, o que pode transformar o ministério “de um movimento só”, em alusão ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST).

Fontes relatavam que a falta de um destino para Macêdo fazia com que Lula adiasse o anúncio da troca. Em um primeiro momento, Lula cogitou colocar o ministro na presidência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), comandado por Rodrigo Agostinho.

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, no entanto, foi resistente à ideia e avaliou que Macêdo não tem o perfil para chefiar o órgão. Além disso, alegou que a troca no Ibama no ano da realização da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) poderia trazer uma imagem ruim ao evento.

O presidente também se esforçou para colocar Macêdo em uma empresa do governo. Contudo, não obteve sucesso. Diante deste cenário, Lula avaliou que o PT poderia ser um destino alternativo para o rearranjo do ministro. Interlocutores do partido, porém, alegam que o titular da Secretaria-Geral também sofre resistências na sigla e não estaria conseguindo construir grandes conexões junto à atual direção da legenda.

[Fonte Original]

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