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O Ibovespa fechou em leve baixa nesta terça-feira (21), em um pregão marcado por ajustes e notícias corporativas que mexeram com o humor dos investidores. Brava e Ambipar estiveram entre as maiores quedas do dia, enquanto Vamos liderou as altas após divulgar uma prévia de resultados otimista.
O principal índice da B3 recuou 0,29%, aos 144.085 pontos, com volume financeiro de R$ 15,7 bilhões. Apesar da leve correção, o mercado segue sustentado por expectativas fiscais e pela leitura de que a política monetária no Brasil pode entrar em uma fase mais estável.
Brava caiu forte após anunciar uma reestruturação interna e a saída de seu diretor financeiro (CFO), movimento que aumentou a percepção de incerteza em torno da governança da companhia.
Ambipar também despencou depois de confirmar pedido de recuperação judicial no Brasil e nos Estados Unidos, citando “irregularidades” em operações financeiras. O episódio abalou a confiança dos investidores e levantou questionamentos sobre o futuro do grupo.
Na direção oposta, Vamos, referência em locação de caminhões e equipamentos, ganhou destaque com avanço expressivo nas ações, impulsionado pela prévia do terceiro trimestre que apontou crescimento robusto nas receitas e margens.
Wall Street em ritmo de balanços
Os mercados em Nova York encerraram a terça-feira sem direção única, em um dia de volatilidade moderada e forte influência da temporada de balanços corporativos. O S&P 500 terminou praticamente estável, o Dow Jones avançou 0,47% e o Nasdaq recuou 0,16%.
Investidores reagiram a resultados positivos de companhias industriais e de bens de capital, o que ajudou o Dow a se destacar. Já o Nasdaq sofreu leve pressão com realizações em grandes nomes de tecnologia, após semanas de ganhos expressivos.
No cenário global, o destaque ficou com o Japão, onde Sanae Takaichi foi eleita a primeira mulher primeira-ministra. De perfil conservador e aliada do ex-premiê Shinzo Abe, Takaichi sinalizou que pode retomar estímulos fiscais e monetários, provocando uma forte desvalorização do iene e sustentando o avanço do dólar nos mercados internacionais.
Dólar volta a subir e ouro cai
O dólar interrompeu uma sequência de quatro quedas e voltou a subir frente ao real, acompanhando o fortalecimento da moeda norte-americana no exterior. O dólar à vista avançou 0,37%, para R$ 5,3903, enquanto o contrato para novembro fechou a R$ 5,4005, alta de 0,19%.
A valorização refletiu um movimento de correção natural, segundo analistas, após dias de queda acentuada. “Com o dólar em baixa aqui e lá fora por várias sessões, vimos um ajuste normal de alta”, afirmou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.
No exterior, o índice DXY subiu 0,36%, a 98,96 pontos, impulsionado pela fraqueza do iene e por ganhos também sobre o euro e moedas emergentes como o real e o peso mexicano.
No Brasil, o câmbio seguiu sensível às movimentações políticas em Brasília. O governo tenta recompor receitas após o arquivamento da Medida Provisória 1303, considerada peça-chave do ajuste fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o Executivo enviará ao Congresso dois projetos de lei tratando do controle de gastos e da tributação de apostas e fintechs.
Já o ouro, que acumulava altas consecutivas, caiu 5,87% nesta terça-feira, como consequencia direta da valorização do dólar.


