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sexta-feira, outubro 24, 2025

20 anos que transformaram a bolsa brasileira

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Em 2005, há exatos 20 anos, o mercado de capitais brasileiro viveu um dos seus momentos mais emblemáticos: o pregão viva-voz da Bovespa chegou ao fim. Esse marco redefiniu a forma de negociar ativos no Brasil e até hoje serve como alicerce para uma agenda contínua de inovações.

Até aquela data, o coração da bolsa pulsava no Centro de São Paulo, onde operadores se aglomeravam em meio a gritos de ordens de compra e venda e preenchiam boletas à mão. Essa cena se repetiu durante 110 anos e segue viva no imaginário coletivo. Era um sistema que, por mais distante da realidade atual, sustentou por mais de um século a conexão entre empresas em busca de capital e investidores atrás de rentabilidade.

Mas, duas décadas atrás, o país vivia um novo ciclo. O Brasil ganhava protagonismo como destino de investimentos — e a modernização do mercado era imperativa. A transição para o pregão eletrônico não foi uma ruptura repentina, mas parte de um processo coordenado com os demais participantes do setor, como companhias listadas, bancos, corretoras e reguladores.

O último pregão presencial ocorreu em 30 de setembro de 2005. Desde então, o silêncio das telas substituiu o ruído das vozes, e o número de operações disparou. Se antes eram cerca de 70 mil negócios por dia, a tecnologia atual da B3 processa cerca de 9,2 milhões, sendo metade dele realizado por investidores estrangeiros, muitos operando via algoritmos em altíssima velocidade.

A digitalização não apenas ampliou a liquidez e a confiança no mercado, como também diversificou a prateleira de produtos de investimento. A bolsa de valores brasileira passou a contar com um portfólio robusto, que inclui fundos imobiliários, Fiagros, FIInfras, ETFs (cesta de ativos atrelados a um índice, como o Ibovespa B3), BDRs (parte de ações de empresas estrangeiras), além de uma ampla gama de derivativos, moedas e commodities, entre outros. Tudo isso conectando o ecossistema local com o mundo.

Do barulho do viva-voz ao silêncio das telas, a B3 nunca deixou de se reinventar. A evolução tecnológica foi decisiva, mas o que sustenta sua trajetória é o compromisso de escutar os clientes e investir em inovações alinhadas às suas demandas.

O futuro? Haverá muito mais mudanças. Mas se tem algo que a história ensina é que a bolsa de valores não teme o novo. Ela o incorpora. E segue como espelho da economia brasileira: inquieta, adaptável e em constante evolução.

Mario Palhares é vice-presidente de operações da B3

[Fonte Original]

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