Resumo da notícia:
Uso de criptomoedas em pagamentos está em fase inicial, apesar do crescimento de 40% no Brasil.
Desintermediação financeira coloca stablecoins no centro das atenções.
Stablecoins respondem por 90% do volume de criptomoedas negociadas no país, segundo relatório.
As stablecoins atingiram R$ 74 bilhões em movimentação no Brasil no parcial de 2025, segundo dados de monitoramento da Biscoint.
O movimento reflete a popularização do uso de moedas digitais atreladas ao dólar, principalmente entre viajantes que utilizam o ativo para compras e pagamentos no exterior, segundo avaliação de Cleverson Pereira, head educacional da exchange brasileira especializada em soluções de pagamento digitais Crypto Card OnilX.
Pereira argumenta que “o uso das stablecoins, especialmente as atreladas ao dólar, está apenas no início de sua curva de ascensão global”.
Embora o mercado já mostre sinais de expansão, o verdadeiro potencial dessas moedas digitais como meio de pagamento começa agora a ser descoberto pelos consumidores. À medida que sua praticidade e alcance se tornam mais evidentes, a adoção tende a crescer de forma exponencial nos próximos anos, impulsionando uma nova era de transações digitais sem fronteiras, explica.
Na avaliação dele, com o avanço da regulamentação por parte do Banco Central e da Receita Federal, além do aumento da digitalização financeira, o mercado de stablecoins tende a se consolidar como uma alternativa relevante para viagens, remessas e pagamentos internacionais.
A expectativa é de que o setor continue em expansão nos próximos meses, acompanhando a busca por soluções mais rápidas e econômicas para transações globais, completa.
Na mesma direção, o CEO e fundador fintech brasileira focada em criptomoedas DeFi Bank, Leandro Baccari, ressalta que “o aumento no uso de stablecoins por turistas e consumidores internacionais, por exemplo, mostra o avanço natural da desintermediação financeira”.
O que antes era visto apenas como um instrumento de investimento em cripto, agora se consolida como meio de pagamento global — rápido, acessível e sem fronteiras, destaca.
Baccari salienta que, “na prática, as stablecoins oferecem liquidez instantânea, taxas menores e uma experiência muito mais fluida que os meios de pagamento tradicionais, especialmente em países com câmbio instável”.
No caso do Brasil, ultrapassar R$ 74 bilhões em movimentação reflete não só o interesse crescente do público, mas também a maturidade do mercado e o avanço da infraestrutura blockchain local, completa.
O Brazil Tokenization Report 2025, divulgado recentemente pela Nexa Finance em parceria com a Fintrender, revelou que as stablecoins já respondem por uma fatia de 90% do volume de criptomoedas movimentadas no país, capitaneadas pelo Tether (USDT), principal stablecoin lastreada no dólar americano. Segundo o documento, stablecoins de real como BRZ, BRL1, BBRL e a recém-lançada Crown também vêm conquistando espaço relevante.
No Brasil, outro caso de uso de stablecoin em ascensão está no controle de jogadores, para driblar bancos e dolarizar os ganhos dos praticantes de jogos digitais, segundo relatório da Blockchain Game Alliance (BGA).
Aposta na América Latina no combate à inflação, em vez dos bancos, as stablecoins se tornaram uma ‘força macroeconômica global’ com transações de US$ 46 trilhões, segundo um relatório divulgado esta semana pela empresa de capital de risco Andreessen Horowitz (a16z).
No ecossistema de transferências entre empresa (B2B), as stablecoins ainda estão no limbo em território nacional, em parte por questões regulatórias e de governança. Um pouco mais adiante, as carteiras digitais e o Pix representam apenas 6% dessas transferências no país, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.