Uma proposta que já circula nas comissões da Câmara dos Deputados pode alterar um ponto central da legislação trabalhista brasileira. O texto, que trata de uma mudança na CLT, sugere um direito novo para mães e pais de filhos com até 14 anos: dois dias de folga remunerada por ano, sem cortes no salário e com total respaldo legal. A ideia surge para reduzir a distância entre a rotina profissional e o envolvimento na vida escolar das crianças, algo que ainda pesa na realidade de muitas famílias brasileiras.
O projeto, apresentado por Rubens Otoni (PT-GO), mira uma questão que vive no dia a dia de quem trabalha fora e cuida dos filhos ao mesmo tempo. O texto reconhece que acompanhar a jornada escolar não deveria ser um privilégio, mas parte das responsabilidades que qualquer pai ou mãe enfrenta. Por isso, a proposta procura abrir uma brecha no calendário profissional para que esses momentos importantes não fiquem sempre em segundo plano.
Regras e quem será beneficiado com a nova folga
A proposta, que recebeu o número PL 143/23, cria um direito específico para trabalhadores com filhos de até 14 anos, faixa que abrange toda a etapa do ensino fundamental. A lógica é simples: liberar uma folga por semestre, com justificativa e sem prejuízo no contracheque. Não se trata de férias extras, mas de um espaço pensado para pais e mães estarem presentes em momentos pontuais, como reuniões, apresentações ou mesmo em fases mais difíceis da aprendizagem.
A medida surge como uma extensão das faltas justificadas que a CLT já reconhece, como nascimento de filho, doação de sangue ou atendimento médico. A diferença, aqui, está no foco: essa folga valoriza o cotidiano da família, não apenas situações emergenciais ou eventos isolados. E, justamente por isso, pode ter um impacto real na relação entre escola e casa.
Etapas da proposta e pontos em discussão
O texto ainda precisa passar por mais análises dentro da Câmara, mas já chama atenção pelo alcance social. A discussão deve incluir sindicatos, entidades ligadas à educação e especialistas em políticas públicas.
Como a proposta pode transformar relações de trabalho e fortalecer famílias
Se essa mudança virar lei, pais e mães terão mais liberdade para participar da vida escolar dos filhos, sem medo de desconto no salário ou de advertência. Isso alivia a tensão de quem sempre precisa escolher entre estar presente ou manter o emprego em ordem. E claro, crianças com apoio familiar tendem a se desenvolver melhor, tanto emocionalmente quanto no desempenho escolar.
Nas empresas, essa iniciativa também pode mudar a cultura interna. Funcionários que sentem apoio costumam responder com mais engajamento, produtividade e equilíbrio emocional. Com isso, o ambiente de trabalho ganha em qualidade, e as relações ficam mais saudáveis.