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quarta-feira, outubro 29, 2025

‘Brasil assume a liderança global na tokenização e deixa o Vale do Silício para trás’, aponta VC investidor da Coinbase

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Resumo da notícia

  • Pix, Open Finance e Gov.br formam o “Brazil Stack”, apontado pela McKinsey como referência mundial em infraestrutura digital.

  • Relatório da Valor Capital Group destaca que o país lidera a integração entre regulação, blockchain e tokenização de ativos.

  • Brasil se torna exemplo global, unindo inovação tecnológica e estabilidade regulatória em um modelo que inspira economias desenvolvidas.

O Brasil inicia uma nova fase de sua transformação financeira ao aplicar a infraestrutura criada na última década, como o Pix, o Open Finance e o Gov.br, à tokenização de ativos e ao uso de blockchain, segundo relatório publicado pela Valor Capital Group (Venture Capital que investiu em empresas como Coinbase, Hashdex e Circle), com insights da McKinsey & Company.

O estudo indica que o conjunto de políticas e plataformas digitais conhecido como “Brazil Stack” pode se tornar referência global em inovação regulatória e integração tecnológica. A análise destaca que o país, após expandir a inclusão financeira e modernizar o sistema bancário, avança agora para criar mercados on-chain e programáveis.

“O Brasil não é mais apenas uma história de inclusão financeira. O país está construindo a arquitetura para uma economia inteligente e conectada em escala nacional.”, afirma Bruno Batavia, diretor de Tecnologias Emergentes da Valor Capital Group.

Nos últimos anos, o Banco Central liderou uma série de iniciativas que transformaram o cenário financeiro. O Pix, lançado em 2020, já registra mais de 78 bilhões de transações anuais. O Open Finance reúne 42 milhões de usuários em mais de 800 instituições, e o Gov.br soma 167 milhões de cadastros de identidade digital.

Tokenização

Essas bases sustentam a chegada do Drex, projeto de moeda digital de banco central (CBDC) voltado à tokenização de depósitos e contratos inteligentes. O relatório observa que, diferentemente de outros países, o Brasil adota uma abordagem coordenada, com oito iniciativas regulatórias e tecnológicas ativas sobre ativos digitais, envolvendo Banco Central, CVM, Fenasbac e Anbima.

“O Brasil é um exemplo de como uma infraestrutura digital coordenada e inclusiva pode acelerar o avanço do setor financeiro como um todo. À medida que o país experimenta com tokenização e inteligência artificial, sua experiência fornece aprendizados valiosos para a inovação futura”, diz McKinsey. 

A pesquisa mostra que a infraestrutura existente permite a automação e a liquidação em tempo real de ativos estruturados, como os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs), que administram cerca de US$ 110 bilhões. Com o Drex, esses processos poderão ocorrer de forma programável e distribuída.

O ecossistema também se beneficia da ampla base de dados do Open Finance e do Gov.br, que viabiliza processos de verificação (KYC) e conformidade (AML) em escala digital. O Pix, por sua vez, pode atuar como camada de interoperabilidade entre o sistema bancário e stablecoins.

De fintechs à economia tokenizada

Desde 2014, mais de 70 milhões de brasileiros ingressaram no sistema bancário. O setor de fintechs cresceu cerca de 40% ao ano e atraiu mais de US$ 12 bilhões em investimentos de venture capital desde 2020. Nesse período, o Banco Central foi eleito duas vezes a autoridade monetária mais inovadora do mundo.

Para a Valor Capital Group, que tem investido em empresas como Stone, Cloudwalk, CERC, e Kanastra essa convergência representa um ponto de inflexão no desenvolvimento financeiro nacional.

“O que vemos é o resultado de uma década de avanços regulatórios, tecnológicos e de mercado. O Brasil está em posição única para integrar inteligência artificial, stablecoins e infraestrutura blockchain em um sistema financeiro coerente e inteligente”, diz Batavia

Modelo brasileiro ganha atenção internacional

O relatório conclui que o Brazil Stack pode servir de modelo para países que buscam equilibrar inovação e regulação. Ao avançar de forma gradual, o Brasil conseguiu evitar tanto o excesso de controle quanto a falta de supervisão, criando um ambiente favorável à cooperação entre setor público e privado.

“À medida que outros países adotam pagamentos instantâneos, compartilhamento de dados e finanças programáveis, a trajetória do Brasil reforça a importância da regulação, da infraestrutura e da experimentação. O futuro das finanças será definido por aqueles dispostos a abraçar a mudança”, reforça McKinsey.

A experiência brasileira, segundo o estudo, indica que o futuro dos ativos digitais pode emergir não apenas de polos tradicionais como o Vale do Silício ou Cingapura, mas também de economias que conseguiram combinar escala, visão pública e inovação coordenada.
 

[Fonte Original]

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