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O Ibovespa avançou pelo quinto pregão seguido nesta terça-feira (28), renovando máxima de fechamento. O movimento foi apoiado pela Vale, sustentada pela alta dos futuros do minério de ferro e discurso positivo do CEO, assim como MBRF, ainda embalada por acordo envolvendo fundo soberano saudita.
O indicador brasileiro subiu 0,31%, a 147.428,9 pontos, fechando acima dos 147 mil pela primeira vez e superando o recorde de fechamento registrado na véspera, de 146.969,10. No melhor momento do dia, o Ibovespa chegou a 147.810,55 pontos, sem conseguir superar o topo intradia também apurado na segunda-feira, de 147.976,99 pontos. Na mínima, registrou 146.574,67 pontos.
Wall Street também renovou máximas históricas, com o S&P 500 fechando em alta de 0,23%, a 6.890,89 pontos. A sessão foi impulsionada com o noticiário corporativo, enquanto agentes financeiros se preparam para a decisão do banco central norte-americano na quarta-feira.
“Após o corte de 25 pontos-base em setembro, esperamos nova redução de 25 pb, em linha com as expectativas de mercado, o que levará a Fed Funds para abaixo de 4% pela primeira vez desde 2022”, afirmaram os economistas Luiza Paparounis e Francisco Lopes, do BTG Pactual.
“Esta reunião será particularmente incomum, pois marca a primeira vez na história em que o Fed se reúne sem acesso a novos dados oficiais de emprego devido à paralisação do governo americano”, afirmaram em relatório enviado a clientes nesta terça-feira.
O governo dos EUA interrompeu grande parte de suas operações em 1º de outubro. Isso afetou a publicação de dados econômicos, depois que republicanos e democratas falharam em chegar a um acordo para prorrogar o financiamento após o fim do ano fiscal federal em 30 de setembro.
De acordo com o sócio e advisor da Blue3 Investimentos Willian Queiroz, o pregão foi marcado pela espera da decisão do Federal Rserve, com o mercado “extremamente positivo” quanto à expectativa de novo corte dos juros norte-americanos.
Na cena doméstica, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta que, se necessário, o governo pode enviar ao Congresso Nacional uma proposta complementar ao projeto de isenção do IR para quem ganha até R$5 mil mensais. A medida evitaria perda de receitas e garantir a neutralidade fiscal da medida.
Câmbio
O dólar oscilou em margens estreitas e fechou perto da estabilidade no Brasil nesta terça-feira (28). Os investidores mantiveram posições antes da decisão sobre juros do Federal Reserve, na quarta-feira, e das negociações comerciais entre EUA e China, na quinta-feira.
A moeda norte-americana fechou em leve baixa de 0,19%, aos R$ 5,36. No ano, a divisa acumula queda de 13,25%. Às 17h02, na B3, o dólar para novembro, atualmente o mais líquido no Brasil, caía 0,33%, aos R$ 5,3660.
No exterior, o dia foi de sinais mistos para o dólar ante as divisas pares do real: alta ante a lira turca e o peso chileno. Porém, baixa ante o rand sul-africano, em movimentos contidos, assim como visto no Brasil.
A expectativa para a reunião de quarta-feira do Fed permeava os negócios, com os agentes esperando um corte de 25 pontos-base nos juros norte-americanos, mas à espera de pistas sobre o que virá depois. Atualmente, a taxa de referência nos EUA está na faixa entre 4,00% e 4,25%. No fim da tarde, a ferramenta CME FedWatch mostrava que os ativos precificam 99,9% de probabilidade de corte de 25 pontos-base dos juros nos EUA nesta quarta.
Além disso, há 90,8% de chance de corte de mais 25 pontos-base dezembro. Enquanto isso, as apostas para o encontro do fim de janeiro do Fed estão mais equilibradas: 48,3% para mais um corte de 25 pontos-base e 47,4% para manutenção.
O mercado têm destacado que a perspectiva de mais cortes de juros nos EUA, somada à manutenção da Selic em 15% ao ano nos próximos meses, como vem indicando o Banco Central, favorece o fluxo de dólares para o Brasil. Esse movimento está impactando as cotações.
“O país continua sendo um bom destino em busca de ‘carry’ (trade). Esse é o movimento que temos visto, inclusive, da bolsa batendo recordes”, comentou Ricardo Chiumento, superintendente da Mesa de Mercados do BS2. “É um movimento de fraqueza do dólar global e, por outro lado, um carry positivo do lado brasileiro”, acrescentou.
Em operações de carry trade, investidores tomam empréstimos no exterior, onde os juros são menores, e aplicam no Brasil, onde o retorno é maior. Outro ponto de atenção são as negociações comerciais dos Estados Unidos com a China. Na quinta-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, vai se reunir com o presidente chinês, Xi Jinping, na Coreia do Sul, para discutir saídas para o embate comercial entre os países.
Neste cenário, o dólar à vista variou entre a máxima de R$ 5,3889 (+0,34%), às 9h16, e a mínima de R$ 5,3531 (-0,33%), às 15h20, para depois encerrar pouco acima disso. No exterior, às 17h05 o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas , caía 0,05%, a 98,713.
Elon Musk
Outro destaque foi que na tarde desta terça-feira (28), o homem mais rico do mundo, Elon Musk, viu o seu patrimônio oscilar de forma significativa perto dos US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões).
O bilionário já ultrapassou essa marca, pela primeira vez, no início de outubro.
No entanto, Musk fechou o dia com seu patrimônio abaixo dos US$ 500 bilhões (R$ 2,7 trilhões), a US$ 499,3 bilhões (R$ 2,6 trilhões), segundo a Forbes.