Os juros futuros exibem avanços moderados no começo da tarde desta segunda-feira. Sem direcionadores locais relevantes e com o mercado cauteloso antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na próxima quarta-feira, a sessão é de pouca oscilação e baixa liquidez, com as taxas domésticas sendo guiadas pelo ambiente externo.
Por volta de 13h10, a taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento de janeiro de 2027 subia de 13,85%, do ajuste anterior, para 13,885%; a do DI de janeiro de 2029 avançava de 13,075% a 13,10%; e a do DI de janeiro de 2031 anotava alta de 13,35% para 13,38%.
Nos Estados Unidos, a taxa da T-note de dez anos aumentava de 4,079% a 4,114%, ao passo em que a do T-bond de 30 anos subia de 4,655% para 4,696%.
O avanço firme dos rendimentos dos Treasuries ocorre à medida que os agentes colocam nos preços a postura mais conservadora de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed), incluindo o presidente Jerome Powell, que afastaram a noção de que um novo corte de juros em dezembro é algo praticamente garantido.
Por aqui, os investidores esperam a decisão desta semana do Copom, que deve manter tanto a Selic em 15% quanto o tom duro da sua comunicação, conforme esperam profissionais do mercado consultados pelo Valor. O levantamento realizado com 120 instituições revela que a perspectiva para um corte inicial de juros em dezembro caiu drasticamente, enquanto parte das apostas por uma redução em janeiro migraram para março.
Para a equipe de analistas da XP liderada pelo economista-chefe da casa, Caio Megale, não há motivo para pressa por parte do Copom e, por isso, o colegiado deve manter uma postura cautelosa apesar da melhora da inflação corrente e das expectativas do mercado.
“Acreditamos que o comunicado pós-decisão reconhecerá com cautela a melhora no cenário inflacionário, indicando que o trabalho ainda está longe de concluído”, diz a XP em relatório.
O Boletim Focus desta segunda-feira trouxe poucas novidades em relação à perspectiva inflacionária. A projeção para o IPCA de 2025 oscilou de 4,56% a 4,55%, enquanto a de 2026 manteve-se em 4,20%. Para 2027, houve um leve recuo de 3,82% a 3,80% e, para o IPCA de 2028, o mercado reduziu a sua projeção mediana de 3,54% a 3,50%.
Além da inflação corrente e das expectativas colhidas no Focus, a evolução da taxa de câmbio e dos preços de commodities no mercado internacional evoluíram de forma favorável ao processo de desinflação desde a última reunião do Copom, o que deve provocar uma redução nas projeções do próprio colegiado para o IPCA, notam os economistas da XP.
Para 2025, a projeção do Copom deve cair de 4,8% para 4,6%, fruto da melhora da inflação corrente, enquanto o IPCA esperado para 2026 deve baixar de 3,6% para 3,5% por conta do recuo das expectativas do mercado. “Na mesma linha, esperamos queda de 3,4% para 3,3% em relação ao 2º trimestre de 2027, o atual horizonte relevante de política monetária.”