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A diretora do Federal Reserve (Fed) Lisa Cook disse nesta segunda-feira (3) que a política monetária americana não está em um caminho predeterminado e que toda reunião, inclusive a próxima, em dezembro, está “em aberto”. Cook apoiou a decisão do banco central dos EUA de cortar juros, na semana passada, por acreditar que os riscos negativos ao mercado de trabalho são maiores que os de alta para a inflação e acredita que o nível atual das taxas ainda está moderadamente restritivo.
“Olhando à frente, a política não está em um caminho predeterminado. Estamos num momento em que os riscos para ambos os lados do duplo mandato estão elevados”, disse Lisa, em um discurso em Washington nesta segunda-feira. “Defino minha posição a cada reunião, com base nos dados mais recentes de múltiplas fontes, na evolução das perspectivas e no equilíbrio de riscos. Toda reunião, inclusive a de dezembro, está em aberto.”
A diretora está no meio de uma batalha judicial contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após ele tentar demiti-la de seu cargo no Fed, alegando que ela teria cometido fraude hipotecária. Em relação ao processo, a diretora disse que não faria comentários, mas que se sentia “muito honra” em servir ao Fed. “Continuarei a cumprir meus deveres juramentados em nome do povo americano”, afirmou.
Ela avalia que o repasse das tarifas comerciais para os preços ao consumidor ainda não está completo e que a inflação deve permanecer elevada ao longo do ano que vem. Por conta disso, Lisa acredita que o nível atual dos juros, que ela vê como moderadamente restritivo, é adequado. Apesar disso, excluindo o efeito das tarifas, ela acredita que a inflação está caminhando para convergir para a meta de 2% ao ano do banco central americano.
“O comprometimento firme do Fomc com seu mandato de controle da inflação é essencial para garantir que ela permaneça sob controle”, ela afirmou. “Estou comprometida em atingir nossa meta de inflação de 2%. Além disso, estarei preparada para agir, caso os efeitos das tarifas se mostrem maiores ou mais duradouros do que o previsto, ou se surgirem outros sinais de que níveis mais altos de inflação estão se consolidando nas expectativas.”
Sobre o mercado de trabalho, Lisa acredita que ele permanece sólido. “A leve alta na taxa de desemprego indica uma modesta desaceleração, mas longe de uma deterioração acentuada”, afirmou.
Na visão dela, a desaceleração na criação de empregos (“payroll“) pode ser explicada, principalmente, pela queda no crescimento populacional. “Como as folhas de pagamento estão sendo afetadas por flutuações populacionais, elas não oferecem um termômetro definitivo sobre o mercado de trabalho”, disse. “Portanto, é importante observar também os outros indicadores mencionados anteriormente.”