Cogna reverte prejuízo e registra lucro líquido de R$ 191,6 milhões no 3º tri

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As três operações do grupo — ensino superior, educação básica privada e venda de livros didáticos para governo — tiveram desempenho positivo.

A receita líquida de Kroton subiu 20,9%, para R$ 1,1 bilhão. A divisão de ensino superior conseguiu ampliar em 2,7% o volume de alunos e em 11,7% o tíquete médio. A expansão veio, inclusive, na educação a distância, segmento de forte concorrência que vem registrando queda no mercado.

“Não sentimos essa queda do mercado. Investimos em cursos EAD premium, como o da área da saúde, que têm uma mensalidade maior. Com isso, tivemos essa maior procura”, disse Roberto Valério, presidente da Cogna.

A captação em cursos online, no terceiro trimestre, cresceu 6,2%, principalmente, porque muitas pessoas procuraram se matricular antes das mudanças nas regras do EAD, que exige maior carga horária de aulas presenciais. As instituições de ensino também fizeram muitas promoções para atrair esse aluno.

A companhia encerrou o terceiro trimestre com 1,1 milhão de alunos. Deste volume, 155,2 mil são de cursos presenciais, 40,8 mil de medicina e 925,6 mil são EAD.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) somou R$ 422,6 milhões alta de 9,8%. A margem do respectivo indicador caiu 2,3 pontos percentuais, para 27,7%, entre julho e setembro.

A Vasta, braço de educação básica da companhia, que está em processo de fechamento de capital da bolsa americana Nasdaq, encerrou o terceiro trimestre com uma receita de R$ 249,6 milhões, alta de 13,4% sobre um ano antes.

A Vasta oferta material didático para escolas privadas. A empresa é dona de sistemas de ensino como Anglo e pH, além de livros de editoras como Saraiva, Ática e Scipione.

A Saber, empresa que vende livros escolares para o governo e é dona da rede de escolas de inglês Red Balloon, viu sua receita ter alta de 9,4% para R$ 145,8 milhões. O faturamento da divisão de vendas para governo caiu 0,8% devido a efeito calendário. Pelo programa do Ministério da Educação (MEC), o volume de compras de livros neste ano é menor do que o efetivado em 2024.

Segundo Valério, os atrasos do governo não estão afetando de forma relevante a companhia. “O repasse ficou para o quarto trimestre, o que nos dá menos tempo para a produção do material”, disse.

A Cogna está otimista para 2026 devido a uma combinação de fatores que envolvem menor amortização de dívida, maior geração de caixa, menos desemprego e um ambiente setorial que pode ser favorecido em ano de eleição.

Segundo Roberto Valério, o atual nível de desemprego tem favorecido o consumo e, consequentemente, o setor de ensino superior. Ele lembra que há um crescimento no volume de alunos em cursos presenciais, cuja mensalidade é maior, na casa dos R$ 840, quando há melhores índices de emprego.

No terceiro trimestre, o número de estudantes nessa modalidade de graduação cresceu 6,4%; enquanto no EAD, a alta foi de 1,8%. O executivo disse acreditar que, em 2026, ano de eleição, o governo tende a manter incentivos para o consumo, o que deve afetar positivamente o setor.

Do lado financeiro, a companhia precisa quitar apenas R$ 42 milhões em dívidas em 2026. Todas as dívidas da empresa já foram refinanciadas. Hoje, a alavancagem é de 1,1 vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).

Questionado sobre se a companhia vai ter uma alavancagem inferior a 1 vez, Valério disse que não pretende reduzir a esse patamar para continuar tendo benefício fiscal. “Esse patamar de 1 ou 1,1 vez deve se manter. Temos distribuição de dividendos.”

A companhia tem como prioridades redução de dívida, pagamento de dividendos e aquisições estratégicas menores – nesta ordem.