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sexta-feira, novembro 7, 2025

Comando da Tenda defende investimento na Alea e vê Brasil ‘jogando a favor’ dos negócios

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Em teleconferência com analistas nesta sexta-feira (7), para comentar os resultados do terceiro trimestre da Tenda, o presidente da companhia, Rodrigo Osmo, reforçou sua confiança na tese de investimento na Alea, negócio da holding que faz casas por meio de um método de construção industrializada.

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A Alea tem reportado prejuízo nos trimestres, enquanto a operação Tenda, de prédios populares, se torna mais lucrativa a cada período.

Segundo Osmo, 70% do mercado de moradias brasileiro é de casas, mas pouco atendido pelo grandes players do setor. Isso continua uma realidade, afirmou, e a reforma tributária deve incentivar a construção industrializada no país, retirando os resíduos tributários que o segmento enfrenta hoje.

“É um vento de cauda poderoso para a tese de industrialização no Brasil”, disse.

Ao mesmo tempo, a operação “ideal” da Alea utilizaria apenas um sexto do volume de funcionários necessários para erguer cada unidade, na comparação com a Tenda. Para Osmo, esse é outro diferencial para o futuro, já que encontrar mão de obra para a construção civil tem se mostrado um desafio crescente.

Exemplo da Tesla, de Elon Musk

No entanto, a Alea vive, hoje, seu “production hell” (inferno produtivo), disse, citando termo adotado pela Tesla – empresa de veículos elétricos do bilionário Elon Muskpara o período no qual a produção não conseguia ganhar o volume necessário para tornar o negócio lucrativo. “Estamos vivendo isso hoje, nos deparando com dificuldades no dia a dia para colocar de pé a operação”, disse.

A saída vislumbrada pela Tenda é verticalizar totalmente a mão de obra da Alea, inclusive empregando funcionários da marca Tenda na construção das casas, quando possível. Esse processo está em andamento e deve levar mais dois anos para ser realizado.

“Hoje, o cenário de ‘pull the plug’ (desligamento) da tese de Alea não parece ser algo no horizonte”, afirmou o presidente da Tenda.

Apesar da confiança da diretoria, a percepção de Osmo é de que a ação da Tenda tem sido “excessivamente penalizada” por conta da Alea, ativo que ele acredita poder ser “até maior do que a Tenda” no futuro.

O mercado terá que ter paciência. O executivo deixou claro que o retorno esperado para a Alea em 2026 “não vai ser bom”, com margem ainda comprimida. A expectativa é que ele tenha um peso menor no resultado consolidado da Tenda, tanto em caixa quanto em lucro.

Nos nove primeiros meses de 2025, a marca Tenda atingiu lucro líquido de R$ 481,2 milhões e margem bruta ajustada de 35,2%, enquanto a Alea obteve prejuízo de R$ 80,2 milhões e margem de 2,2%.

A operação da Tenda, de prédios para o programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), seguirá impulsionada pelas políticas públicas e por um cenário positivo para o custo de obra, afirmaram Osmo e o diretor financeiro da empresa, Luiz Maurício Garcia.

“Vemos diversas commodities em cenário de possível queda, o que teria impacto direto e indireto para o segmento”, disse o diretor. Isso pode levar a economias de custo em 2026, afirmou, ressaltando que tal cenário ainda “não está na conta” da empresa.

A companhia aguarda, ainda, a próxima reunião do Conselho Curador do FGTS, programada para quinta-feira (13). Poderão ser decididos novos ajustes no MCMV, como aumento no teto de renda das faixas e no valor dos subsídios.

Segundo Osmo, as mudanças esperadas devem levar a um ganho de, em média, R$ 2,5 mil na capacidade de pagamento de cada cliente da Tenda. “Isso claramente traz uma margem de manobra para nós, estamos bastante entusiasmados com essa votação na semana que vem”, afirmou, adicionando que “o Brasil tem jogado a favor da gente”.

A empresa espera, ainda, que as eleições em 2026 tornem mais volumosos os recursos dos governos estaduais para os programas habitacionais, que fornecem “cheques”, subsídios adicionais para a compra de unidades por meio do MCMV. “Pode ser que a torneira abra um pouco em relação a 2025”, disse Osmo.

[Fonte Original]

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