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As bolsas de Nova York operam sem direção comum, por um lado com novos recordes no índice Dow Jones em meio à expectativa pelo fim da paralisação (“shutdown”) do governo americano, a mais longa da história, e por outro com perdas nas ações de tecnologia. O dólar no exterior rondava a estabilidade, e as taxas de Treasuries caíam de olho em discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed).
Por volta das 13h20, o índice Dow Jones subia 0,77%, aos 48.297,04 pontos, renovando máximas históricas, puxado pelo avanço no setor de bancos. O S&P 500 caía 0,08%, aos 6.840,25 pontos, e o Nasdaq Composto tinha queda de 0,56%, aos 23.333,61 pontos, dando sequência a perdas da véspera em ações de tecnologia.
O índice DXY – que mede a relação entre o dólar e uma cesta de moedas de países desenvolvidos – seguia estável (+0,01%), a 99,45 pontos. Os rendimentos da T-Note de 2 anos caía a 3,572%, de 3,601% no fechamento anterior, e o yield do papel de 10 anos recuava a 4,073%, de 4,121%.
A expectativa é de que a Câmara dos Representantes aprove ainda hoje um projeto de lei de financiamento provisório, que já passou pelo Senado, que encerraria a paralisação do governo, retomando a divulgação de dados econômicos acompanhados pelo Fed na definição da política monetária americana.
“Esperamos a divulgação do relatório de emprego de setembro alguns dias após a reabertura, mas não esperamos o relatório de emprego de outubro antes do início de dezembro, seja na data prevista de 5 de dezembro ou possivelmente com um atraso de uma semana”, dizem economistas do Goldman Sachs, em nota.
A divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI) de novembro também pode sofrer atrasos, potencialmente adiando a próxima divulgação da data atualmente prevista de 10 de dezembro para a semana seguinte.
“A atual paralisação do governo provavelmente terá o maior impacto econômico de todos os tempos”, afirmam. “Supondo que a paralisação dure cerca de seis semanas, estimamos que ela reduzirá o crescimento anualizado trimestral em 1,15 ponto percentual no quarto trimestre de 2025.”
Investidores apostam que a retomada da divulgação de dados econômicos pode reforçar os argumentos a favor de cortes nas taxas de juros. Os mercados estão atualmente precificando uma probabilidade de 63% de uma redução de juros de 0,25 ponto percentual em dezembro, de acordo com a ferramenta FedWatch, do CME Group.
Ainda hoje, o diretor do Fed Christopher Waller fará discurso. Mais cedo, o presidente do Fed de Nova York, John Williams, afirmou que o banco central poderá em breve retomar suas compras normais de títulos, à medida que os altos níveis de liquidez da era da pandemia forem se esgotando. Já o presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, anunciou que deixará o cargo ao término de seu mandato, em fevereiro.
No mercado de commodities, os preços do petróleo despencaram após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reportar um superávit nos mercados globais da commodity no terceiro trimestre, devido à maior produção nos Estados Unidos, e indicar um excedente de produção para 2026. O petróleo Brent para entrega em janeiro caía 3,07% a US$ 63,16 por barril, e o petróleo WTI para dezembro recuava 3,42% a US$ 58,95.