Os mercados repercutem o fim do shutdown nos Estados Unidos, após o presidente Donald Trump sancionar, na madrugada desta quinta-feira (13), o projeto de lei que encerra a paralisação mais longa da história do governo americano. A medida foi aprovada pela Câmara dos Representantes na véspera, por 222 votos a 209.
O acordo mantém o financiamento do governo até 30 de janeiro e garante o pagamento retroativo aos funcionários afastados. A suspensão afetou serviços públicos essenciais, benefícios a famílias de baixa renda e o tráfego aéreo, gerando transtornos generalizados. Pesquisa Reuters/Ipsos indica que metade dos americanos responsabiliza os republicanos pelo impasse, enquanto 47% apontam os democratas.
Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, se prepara para se encontrar nesta quinta com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, em Washington. A reunião terá foco na negociação das tarifas impostas pelo governo Trump a produtos brasileiros, como café e carne, que chegaram a 50% sobre cerca de 60% das exportações do país desde agosto.
Continua depois da publicidade
Vieira já se encontrou brevemente com Rubio durante a Cúpula do G7 no Canadá, na quarta, reforçando a importância de avanços nas discussões comerciais. Apesar de declarações de que algumas tarifas poderiam ser reduzidas, autoridades brasileiras ainda não receberam notificações formais. O encontro de amanhã será um passo importante para definir os próximos movimentos na relação comercial entre Brasil e Estados Unidos.
No Brasil, os investidores acompanham os dados sobre o varejo e a produção e as vendas de veículos, informações que ajudam a avaliar a atividade econômica e o comportamento do consumo.
Nos Estados Unidos, além do fim do shutdown, o mercado monitora o discurso de Mary Daly, membro do Federal Open Market Committee (Fomc), às 10h.
Entre os balanços corporativos do terceiro trimestre de 2025, empresas como Banco BMG (BMGB4), Nubank (NUBR33), Cemig (CMIG4), CPFL Energia (CPFE3), Localiza (RENT3), Light (LIGT3), Marisa (AMAR3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3) divulgam resultados que devem movimentar o mercado de ações.
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia a quinta com uma reunião às 9h30, no Palácio do Planalto, com os ministros Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e vice-presidente), Rui Costa (Casa Civil), Ricardo Lewandowski (Justiça), Fernando Haddad (Fazenda), Renan Filho (Transportes), Camilo Santana (Educação), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social), Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais).
Às 14h40, Lula se reúne com o secretário especial para Assuntos Jurídicos da Casa Civil, Marcelo Weick. Em seguida, às 15h, recebe o chefe do Gabinete Pessoal da Presidência, Marco Aurélio Marcola.
Continua depois da publicidade
Na sequência, às 16h, o presidente tem encontro com o ministro da Defesa, José Múcio, e encerra a agenda às 17h, em reunião com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, participa nesta quinta-feira (13) de duas palestras em Brasília. Às 10h30, ele fala para alunos durante o IDP Summit – Diálogos de Liderança, promovido pelo IDP Norte, em evento fechado à imprensa. Às 14h30, Galípolo participa do Pense Sicoob, organizado pelo Sistema de Cooperativas Financeiras do Brasil (Sicoob), também com acesso restrito à imprensa.
O diretor de Fiscalização do BC, Ailton de Aquino Santos, será palestrante às 9h no 15º Congresso Internacional de Gestão de Riscos (GRISC), promovido pela Febraban em São Paulo. O evento é aberto à imprensa e transmitido pelo portal Febraban Tech.
Continua depois da publicidade
- Brasil
- 9h – Varejo
- 10h – Produção e vendas de veículos
- EUA
- 10h – Discurso de Mary Daly, membro do Fomc
INTERNACIONAL
Novo escândalo
Parlamentares democratas divulgaram e-mails que questionam a relação de Donald Trump com Jeffrey Epstein e sugerem que o presidente teria conhecimento das vítimas do financista, contribuindo para mais um escândalo do republicano. As mensagens envolvem Epstein, a socialite Ghislaine Maxwell e o escritor Michael Wolff, e indicam que Trump passou horas na casa de Epstein. Trump negou envolvimento e chamou o caso de armadilha dos democratas, afirmando que buscavam desviar atenção do shutdown. O Departamento de Justiça confirma que o nome do presidente aparece nos arquivos, mas não há indícios de participação em crimes, e a investigação concluiu que Epstein cometeu suicídio em 2019.
Inflação na Argentina
A inflação na Argentina acelerou para 2,3% em outubro, segundo o Indec, ante 2,1% em setembro, acumulando alta de 31,3% em 12 meses. Os maiores aumentos ocorreram em transporte, moradia, combustíveis e serviços diversos. A volatilidade do câmbio e a proximidade das eleições legislativas pressionaram os preços durante o mês.
ECONOMIA
Corte na Selic
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que o Banco Central pode cortar a Selic até janeiro e que a inflação deve cair para o centro da meta em 2026. Ela manteve a meta fiscal de superávit de 0,25% do PIB para o próximo ano e descartou alterações. Tebet também citou a possibilidade de elevar impostos sobre apostas online para reforçar as contas públicas
Continua depois da publicidade
Poupança
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse ter dificuldade em explicar a caderneta de poupança a outros banqueiros por causa do desencontro entre liquidez diária e prazo de financiamento imobiliário. Ele chamou o produto de “Robin Hood às avessas”, pois beneficia poupadores menos informados em detrimento de quem recebe crédito mais barato. As declarações ocorreram durante a apresentação do novo modelo de crédito imobiliário, que busca usar a poupança de forma mais eficiente e ampliar financiamentos para a casa própria.
INSS
O Senado aprovou um projeto que proíbe descontos associativos irregulares em benefícios do INSS e determina a devolução de valores cobrados indevidamente. A votação simbólica encaminha a proposta para sanção presidencial, com expectativa de veto parcial. O texto também prevê regras para identificação do beneficiário e sequestro de bens em casos de fraude.
POLÍTICA
Terceiro dia da COP30
No terceiro dia da COP30, autoridades internacionais participaram de painéis e eventos em Belém, e o IBGE divulgou dados inéditos sobre áreas protegidas da Amazônia Legal. Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, e Simon Steel, secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, discutiram a transformação de dados climáticos em ações concretas, enquanto Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile, e Macaé Evaristo, ministra de Direitos Humanos do Brasil, integraram um painel sobre proteção ambiental. O ministro Guilherme Boulos, da Secretaria-Geral da Presidência, visitou a Cozinha Comunitária Sustentável, e ocorreu o Ritual de Abertura da COP Indígena na Universidade Federal do Pará.
Continua depois da publicidade
Lei antifacção
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), adiou para terça-feira (18) a votação do projeto de lei antifacção diante da falta de consenso sobre o texto apresentado pelo relator, deputado Guilherme Derrite (PP-SP) e secretário de Segurança Pública de São Paulo. Ministros e líderes partidários, incluindo Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) e Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), pediram o adiamento, citando necessidade de ajustes no projeto. Derrite publicou sua quarta versão do texto, que manteve críticas sobre riscos jurídicos e divisão de fundos entre estados e a Polícia Federal. O adiamento gerou debate político sobre a condução da pauta e o equilíbrio entre governo, oposição e relator.
Pesquisa
Nova pesquisa Genial/Quaest mostrou que 31% dos brasileiros avaliaram o governo Lula (PT) como positivo, enquanto 38% consideraram negativo e 28% classificaram como regular. A aprovação pessoal do presidente ficou em 47%, contra 50% de desaprovação, configurando empate técnico. O levantamento, realizado entre 6 e 9 de novembro em 120 municípios, também indicou que 57% discordaram da avaliação de Lula sobre a operação policial no Rio como desastrosa.
Paulo Gonet
O Senado aprovou a recondução de Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República com 45 votos a favor e 26 contra, no placar mais apertado já registrado desde a redemocratização. A votação foi vista como parâmetro para avaliar a possibilidade de aprovação de Jorge Messias para vaga no STF (Supremo Tribunal Federal). Durante a sabatina, Gonet defendeu sua atuação na trama golpista, prometeu não interferir em outros Poderes e recebeu apoio de governistas e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR).
CORPORATIVO
Banco do Brasil (BBAS3)
O Banco do Brasil (BBAS3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,785 bilhões no 3º trimestre de 2025, queda de 60% em relação ao mesmo período de 2024, mantendo praticamente o mesmo resultado do trimestre anterior. O lucro contábil caiu 66%, para R$ 3,02 bilhões, enquanto o ROE passou de 21,1% para 8,4%. A carteira de crédito expandida subiu 7,5% em 12 meses, alcançando R$ 1,27 trilhão, com inadimplência em 4,2%.
(Com Agência Brasil, Reuters, O Globo e Estadão Conteúdo)