Ibovespa encerra em alta com apoio de Petrobras em meio a relatos de fluxo estrangeiro

Após iniciar o pregão com viés negativo, o índice oscilou entre 156.656 mil pontos e 158.366 mil pontos. O volume financeiro somou R$ 17,4 bilhões no Ibovespa e R$ 25,8 bilhões na B3. O desempenho foi pressionado pelas incertezas quanto à continuidade do ciclo de cortes de juros nos Estados Unidos e pela queda das ações da Vale. Ainda assim, o índice acumulou alta de 2,39% na semana. Já em Nova York, o Dow Jones cedeu 0,65%, o S&P 500 perdeu 0,05%, enquanto o Nasdaq subiu 0,13%.

As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras subiram 0,65% e 0,78%, respectivamente, em linha com a valorização do petróleo no mercado internacional. As ações de bancos também encerraram em leve alta, com exceção das units do BTG Pactual, que recuaram 1,13%. Um gestor aponta que o papel pode ter passado por alguma realização na esteira da forte alta pós-resultado.

Já o papel ordinário da Vale cedeu 0,61%, após a piora dos dados econômicos de outubro da China. Também pesa sobre a mineradora uma provisão adicional estimada em US$ 500 milhões nos resultados do quarto trimestre, após decisão da Justiça do Reino Unido que apontou corresponsabilidade da BHP no rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Entre os destaques positivos, Braskem PNA avançou 7,85%, seguindo tendência positiva nos últimos dias, após anunciar acordo R$ 1,2 bilhão com o Estado de Alagoas. Já Marfrig ON ganhou 11,98% após resultados positivos do terceiro trimestre. A companhia também ampliou o programa de recompra de ações.

Em relatório, a Eleven Financial ressalta que o Índice de Força Relativa (IFR) do Ibovespa atingiu um dos níveis mais altos de toda a sua série histórica na última terça-feira (11), quando o índice alcançou a 15ª alta em sequência o 12º recorde de fechamento.

“Trata-se de um patamar consistentemente associado a movimentos de realização no curto prazo, ainda que sem reversão imediata da tendência primária”, escreve o analista Eduardo Marzbanian.

Em períodos em que o IFR esteve em patamar próximo, ele aponta que o mercado também estava em forte tendência de alta e apresentava um descolamento relevante das médias de curto prazo, “uma característica típica de exaustão temporária, mas não de fim de ciclo”.

Conforme o histórico, é possível haver correções rápidas e relevantes no curto prazo, geralmente entre 3% e 7%. Em seguida, o índice retoma a tendência de alta sem alterar de imediato o movimento principal. “Sinais mais claros de enfraquecimento estrutural só apareceram posteriormente, motivados por divergências técnicas ou por fatores macroeconômicos externos”, conclui Marzbanian.

Já o Itaú BBA aponta que o Ibovespa segue em tendência de alta no curto prazo e tem como próximo objetivo a região dos 165.000 pontos.

No entanto, o analista Fabio Perina, do BBA, escreve que “o índice já começa a ficar um pouco esticado no curto prazo, como mostra o IFR acima dos 80, quando o ativo está em uma zona de sobrecompra. Isso significa que os preços subiram rapidamente e existe uma probabilidade maior de correção”.

“A queda no último pregão não significa que a festa do movimento de alta no mercado de ações acabou. O cenário é para cima no curto prazo e possíveis realizações de lucros são saudáveis”, acrescenta.