O advogado criminalista Luís Maurício Martins Gualda, preso desde maio após confessar um chamado “furto cinematográfico”, admitiu ter participado do crime por estar endividado depois de perder dinheiro em investimentos em criptomoedas.
O depoimento foi prestado na 76ª Delegacia, no Centro de Niterói (RJ), conforme revelou reportagem de O Globo. O furto ocorreu no dia 7 de fevereiro deste ano.
A participação de Gualda começou a ser articulada em dezembro do ano passado, durante uma festa, quando ele contou ao empresário Alexandre Ceotto que enfrentava dificuldades financeiras. Ceotto, então, teria proposto o crime, afirmando que o roubo renderia R$ 1 milhão para dividir entre os dois.
O caso ganhou grande repercussão pelo método utilizado. Para não ser reconhecido, o advogado comprou por R$ 1,8 mil, em uma plataforma online, uma máscara hiper-realista que o transformava de um homem cabeludo em alguém mais velho e totalmente calvo.
Ceotto acreditava que havia cerca de US$ 1 milhão em espécie guardado no apartamento da vítima — imóvel que ele próprio havia vendido ao morador. Por conhecer a planta do local e a rotina do proprietário, que estava viajando no dia do crime, o empresário teria passado a Gualda todas as informações necessárias para a invasão.
No entanto, ao entrar no apartamento, o advogado não encontrou o dinheiro. Ele localizou um cofre, que não conseguiu abrir, e acabou levando apenas uma coleção de relógios avaliada em R$ 80 mil.
A confissão de Gualda ocorreu poucos dias depois do furto. Ele se apresentou à polícia e assumiu o crime, sendo detido desde então. À época, o advogado era assessor do vereador Rogério Amorim (PL) na Câmara Municipal do Rio e acabou exonerado após admitir a participação no delito.
As investigações também destacaram o comportamento de Ceotto. A vítima do furto descreveu o empresário como uma pessoa de temperamento violento, que anda armada e chegou a ir ao seu local de trabalho sem ser chamada — visita que foi confirmada por imagens do circuito interno de segurança do escritório.

Além de seu envolvimento no caso, Ceotto tem histórico na política: foi candidato a vice-prefeito de Niterói em 2020 e chegou a anunciar pré-candidatura à prefeitura nas eleições de 2024. Ele se entregou à polícia em 4 de novembro e está preso desde então.
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