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terça-feira, novembro 18, 2025

Quem é o Grupo Fictor, que fez proposta para adquirir o Banco Master

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Patrocinadora “master” da categoria de base do Palmeiras desde março, a Fictor tem o nome estampado na parte traseira do uniforme principal das equipes masculinas e femininas desde o Campeonato Paulista. O patrocínio é de R$ 30 milhões por ano. Além da camiseta, ela dará nome a um torneiro sub-17, que passa a se chamar Copa Fictor.

Ainda assim, a notícia de que a Fictor pretende comprar o Banco Master, em dificuldades financeiras, pegou de surpresa executivos graduados do setor bancário. O motivo é que o grupo é muito pouco conhecido, inclusive no mercado financeiro.

A Fictor se apresenta em seu site como um grupo de participação e gestão de empresas “com foco nos setores mais promissores da economia”, e cita o alimentício, o de serviços financeiros e o de infraestrutura. O grupo Fictor patrocina o Palmeiras.

De acordo com informações disponíveis na Junta Comercial do Estado de São Paulo (Jucesp), a Fictor Holding tem capital social de R$ 4,2 milhões — muito abaixo, portanto, dos R$ 3 bilhões que o grupo pretende pagar pelo Master. A sede é em São Paulo e o único sócio é Rafael Ribeiro Leite de Gois.

A FictorPay, empresa do grupo Fictor que atua em pagamentos, esteve nos holofotes recentemente. A companhia foi atingida por um ataque hacker à infraestrutura do setor financeiro, direcionado à empresa de software Diletta Solutions, que resultou no desvio de cerca de R$ 40 milhões de clientes. Ela é controlada pela holding e por Gois e tem capital de R$ 2,79 milhões.

No fim do ano passado, o braço do grupo no setor de alimentos — a Fictor Alimentos — foi parar na bolsa após a compra do controle da Atompar, em uma operação chamada de “IPO reverso”. Nesse tipo de transação, uma empresa de capital fechado compra uma de capital aberto e se torna listada pegando esse atalho. A Atompar atuava no treinamento de traders e pertencia a Carol Paiffer, a Joaquim Paiffer e à revista Exame, que saíram do negócio.

Um dos diretores da Fictor Alimentos, André Vasconcelos, consta entre os nomes cotados por membros do Congresso para assumir uma diretoria da CVM. O Valor apurou que ele tem buscado apoios em Brasília para assumir uma das vagas, em meio a uma pressão crescente do Centrão para emplacar diretorias e até a presidência da autarquia.

Outro braço do grupo, a FictorAsset, é responsável pela gestão de nove fundos registrados na CVM, todos voltados para investidores qualificados ou institucionais. Somado, o patrimônio líquido dos fundos é de pelo menos R$ 240 milhões.

O grupo tem ainda outras empresas em seu portfólio, como Fictor Energia, Fictor Real Estate, Dr. Foods, Fredini Alimentos e Vensa Alimentos. A holding também atua com a Fictor Agro (comercialização de commodities) e Fictor Consig (crédito consignado).

A Fictor foi fundada por Gois em 2007. No site da companhia, ele diz que iniciou sua carreira no mercado financeiro aos 16 anos em uma empresa familiar de gestão de crédito. Fez faculdade de Administração, passou por uma empresa de embalagens metálicas e pela Schincariol/Brasil Kirin.

*Participante do Curso Valor de Jornalismo Econômico, sob supervisão de Talita Moreira

[Fonte Original]

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