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terça-feira, novembro 25, 2025

COP30: Avanços em Florestas, Impasses em Combustíveis Fósseis

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PABLO PORCIUNCULA_Getty

COP30 termina com avanços tímidos e promessas

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A COP30 em Belém chegou carregada de imensas expectativas, com a tarefa de apresentar avanços significativos em um cenário de tensões geopolíticas crescentes. A Presidência brasileira, que contou com o embaixador André Corrêa do Lago, ofereceu aos negociadores e participantes mais do que um local de conferência, proporcionou uma prévia visceral do nosso futuro climático.

Enfrentando simultaneamente calor, pancadas de chuva que causaram alagamentos e um incêndio no local, os delegados experimentaram em primeira mão a realidade de um mundo em rápido aquecimento e a importância crítica da colaboração genuína para a sobrevivência e a resiliência.

A ênfase na ação multilateral ressoou ao longo das duas semanas de cúpula. Mais de oitenta países se uniram em torno de um roteiro para a transição energética e o abandono dos combustíveis fósseis, enquanto o texto final do “Mutirão Global” incorporou o espírito de mobilização coletiva pelo clima.

Avanços relevantes

A COP30 começou com mais de 5,5 bilhões de dólares (R$ 31 bilhões) em compromissos para o lançamento do Fundo Florestas Tropicais para Sempre, voltado à proteção e restauração das florestas. O acordo final do Mutirão contém vários avanços notáveis.

No campo do financiamento climático, foi decidido acelerar de forma urgente a mobilização de R$ 1,3 trilhão de dólares (R$ 7,3 trilhões), uma formulação mais forte do que a linguagem passiva do ano anterior, que apenas encorajava cooperação.

Será criado um novo programa de trabalho de dois anos sobre finanças, copresidido por países desenvolvidos e em desenvolvimento, juntamente com um evento ministerial de alto nível.

O compromisso entre Turquia e Austrália — com a Turquia sediando a COP31 e a Austrália presidindo as negociações e promovendo um pré-COP no Pacífico Sul — deve direcionar a atenção às vulnerabilidades únicas dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento.

Lacunas críticas

Entretanto, permanecem fragilidades significativas. O roteiro para a transição dos combustíveis fósseis, apoiado por mais de oitenta países, está ausente do texto final.

Em vez disso, os negociadores optaram por referências ao “Consenso dos Emirados Árabes Unidos” e a um evento de alto nível em 2026 para “trocar opiniões e experiências”, uma formulação que carece de urgência e responsabilidade.

Embora o texto mencione a meta de triplicar o financiamento para adaptação, ela é enquadrada dentro do objetivo de US$ 300 bilhões (R$ 1,68 trilhão) do ano passado, amplamente considerado decepcionante.

Mais preocupante ainda, a inclusão da adaptação dentro dessa meta cria uma dinâmica de soma zero entre o financiamento para mitigação e para adaptação — uma falsa escolha que enfraquece a ação climática abrangente.

O caminho à frente

A Presidência reconheceu essas fragilidades e, após a adoção do texto final, anunciou dois roteiros próprios. Um para interromper e reverter o desmatamento e outro para conduzir a transição energética e o abandono dos combustíveis fósseis.

Isso representa a verdadeira natureza do compromisso: progresso incremental aceito por todos, mas que mantém o impulso ao trabalhar com os dispostos a demonstrar o que é possível alcançar.

A questão que permanece após a COP30 é se isso será suficiente para evitar que milhões de pessoas enfrentem as catástrofes simultâneas de calor, inundação e incêndio — como a própria Belém demonstrou de forma tão contundente.



[Fonte Original]

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