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quinta-feira, novembro 27, 2025

Dólar cai a R$ 5,33 com corte de juros pelo Fed no radar; real tem uma das maiores valorizações do dia

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O dólar à vista encerrou a sessão desta quarta-feira em queda firme frente ao real, refletindo a dinâmica da moeda americana na maioria dos mercados mais líquidos acompanhados pelo Valor. Os agentes financeiros demonstraram maior interesse por ativos arriscados nesta sessão, véspera do feriado de Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos.

O que deu suporte a tal movimento é a perspectiva de corte de juros nos Estados Unidos, após dados da economia americana e comentários recentes de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).

Encerrado o pregão, o dólar comercial exibiu desvalorização de 0,77%, cotado a R$ 5,3346, depois de ter tocado a mínima de R$ 5,3321 e batido na máxima de R$ 5,3895. Já o euro comercial recuou 0,69%, a R$ 6,1845. O real era a quarta moeda com melhor desempenho frente ao dólar, na relação das 33 moedas mais líquidas perto do fechamento.

No exterior, o índice DXY, que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, recuava 0,08%, aos 99,586 pontos.

Desde a manhã, o dólar seguiu com viés de fraqueza, ainda que no Brasil a divisa americana tenha testado alguma valorização no começo do pregão. No início do dia, dados econômicos nos EUA ajudaram a manter a busca por ativos de risco, embora os números não tenham apontado para a mesma direção. Os pedidos iniciais de seguro-desemprego nos Estados Unidos somaram 216 mil na semana encerrada no dia 22 de novembro, de acordo com os dados divulgados hoje pelo Departamento do Trabalho do país. O resultado representou uma queda sobre a leitura revisada da semana anterior, de 222 mil, e ficou abaixo do consenso dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 225 mil novos pedidos.

Os números abaixo do esperado podem indicar um mercado de trabalho com dificuldade de esfriar, o que atrapalha a perspectiva de corte de juros em dezembro pelo banco central americano. Mas se os dados de emprego vieram acima do esperado, a mesma quebra de expectativa não se deu no setor industrial. O índice de atividade industrial da região de Chicago, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês), caiu para 36,3 pontos em novembro, após uma leitura de 43,8 em outubro. O resultado ficou abaixo da estimativa média dos analistas, que apontava para 45,5 pontos. O indicador permaneceu abaixo da marca de 50 pontos pelo vigésimo quarto mês consecutivo, o que indica contração da atividade econômica.

O economista Brendan McKenna, do Wells Fargo, diz em nota que os profissionais do banco americano esperam que o Fed reduza os juros em dezembro, então o “sell-off” observado no câmbio de mercados emergentes na última semana pode acabar sendo temporário. “Mesmo que o corte de dezembro não se concretize, nossos colegas esperam múltiplos cortes de juros pelo Fed no primeiro semestre de 2026, o que, em nossa visão, significa que as moedas de mercados emergentes podem ser sustentadas também no médio prazo.”

Já o Natixis afirma, em nota, que está mais otimista com o real devido a uma combinação de fatores, incluindo carry elevado ajustado pela volatilidade e preços resilientes de commodities. “Além disso, a possibilidade de que os partidos de direita possam se unir sob a liderança de Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, pode aumentar as chances de um candidato pró-mercado vencer as eleições de 2026, o que apoiaria ainda mais todos os ativos brasileiros, incluindo o real”, afirmam os economistas Bernito Berber e Selin Aker, em nota. Eles também recordam que o real apreciou significativamente, em paralelo ao rali nos preços das commodities, mas continua fraco em comparação ao seu valor justo, de acordo com o modelo da casa.

O gestor Filipo Venditti, da Parcitas Investimentos, diz que ainda há gatilhos em direções opostas ao câmbio, com a questão da sazonalidade de fluxo (que pode pressionar o real), mas por outro lado o diferencial de juros beneficiando a moeda brasileira. “Do lado político, o principal gatilho seria a confirmação do governador Tarcisio de Freitas como candidato”, aponta. “Temos ouvido de estrangeiros que colocariam o Brasil no radar a partir disso”, diz, ressaltando que a casa segue sem posição no real, operando mais juros e ações.

[Fonte Original]

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