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sexta-feira, novembro 28, 2025

Mercado segue favorável ao trabalhador e salários continuam em alta, diz FGV-Ibre

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Apesar de uma Selic de 15% ao ano, o Brasil vai fechar 2025 com o mercado de trabalho aquecido, mesmo que sob pressão. A desaceleração é “suave”, afirma Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV-Ibre).

Outubro registrou abertura líquida de 85,1 mil vagas com carteira, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quinta-feira (27), resultado que ficou abaixo da estimativa mediana de instituições financeiras, gestoras de recursos e consultorias, de abertura líquida de 120 mil vagas, segundo o Valor Data. Apesar de o resultado não ter sido o esperado, segundo o especialista, não depõe contra a atividade formal.

“O mercado segue positivo numa posição de barganha para o trabalhador”, enfatiza. Segundo Barbosa Filho, brasileiros com carteira assinada vivem um cenário geral favorável de criação de emprego formal, salários acima da produtividade, desemprego baixo e desligamentos a pedido recorde, como mostrou o Caged.

Para ele, o atual ciclo do mercado de trabalho “é muito pró-trabalhador”, com salários em trajetória de alta e um nível elevado de mobilidade — mais pessoas pedindo demissão para buscar melhores condições. Essa dinâmica reforça a capacidade de consumo das famílias e explica parte da resiliência na atividade econômica, apesar do ambiente de juros elevados.

Mesmo com a política monetária restritiva e o fechamento de vagas em setores como indústria e agropecuária, o economista destaca que o processo de desaceleração em curso é gradual.

“A expectativa é que o saldo acumulado em 12 meses feche 2025 em torno de 1,2 milhão de vagas formais — um número robusto, embora inferior ao observado nos últimos anos (…) O resultado está longe de ser ruim em um contexto de juros altos”, pondera Barbosa Filho.

Barbosa Filho lembra que a trajetória recente dos setores é compatível com o padrão sazonal. Ele explica ser natural que a indústria venha forte entre agosto e setembro, preparando a produção para o Natal, e que a partir de outubro reduza contratações, explica. “Agora, o protagonismo passa para serviços e comércio, que ganham força no fim do ano”. Por isso, o menor número de vagas criadas em outubro não deve ser visto de forma isolada, diz o economista.

No acumulado do ano, o país terá criado mais de 1 milhão de vagas e isso descarta qualquer cenário preocupante com o trabalho formal, acrescenta.

“Tudo indica que devemos atingir uma taxa de desemprego recorde para o próximo ano também”, ressalta Barbosa Filho.

Para Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista do FGV/IBRE, os brasileiros com carteira assinada vivem um cenário geral favorável de criação de emprego formal, salários acima da produtividade, desemprego baixo e desligamentos a pedido recorde — Foto: Leo Pinheiro/Valor

[Fonte Original]

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