Após cinco horas de negociações no Kremlin, o ditador da Rússia, Vladimir Putin, e o enviado especial da Casa Branca, Steve Witkoff, não chegaram a um acordo sobre o plano de paz para a Ucrânia, segundo informou nesta terça-feira (2) o assessor de política internacional do Kremlin, Yuri Ushakov.
De acordo com Ushakov, apesar do impasse, algumas propostas enviadas por Washington foram consideradas parcialmente aceitáveis.
“Por enquanto não alcançamos um compromisso, mas várias propostas norte-americanas são mais ou menos aceitáveis. Podem ser discutidas”, declarou à imprensa russa. Segundo ele, as posições das duas delegações “não estão mais longe” do que antes da reunião.
Ushakov afirmou que o encontro foi “útil, construtivo e substancial” e ressaltou que ainda há “muito trabalho por fazer tanto em Washington quanto em Moscou”. De acordo com o Kremlin, o diálogo desta terça abordou pontos centrais do plano apresentado originalmente pelo presidente dos EUA, Donald Trump, complementado por quatro documentos adicionais entregues por Witkoff durante a visita.
Entre os temas discutidos esteve a questão territorial, ponto considerado decisivo para Moscou. “Abordamos especificamente o problema territorial, sem o qual nós não vemos uma solução para a crise”, afirmou Ushakov. A Rússia insiste na retirada ucraniana do Donbass como condição essencial para qualquer acordo.
O assessor russo afirmou também que Putin apoiou parte das propostas dos Estados Unidos e rejeitou outras. “Em alguns pontos podíamos estar de acordo, e o presidente disse isso aos seus interlocutores. Outros despertaram nossas críticas”, declarou, antes de acusar os países europeus de adotarem uma postura “destrutiva” nas negociações.
A reunião contou também com a presença de Jared Kushner, assessor e genro de Donald Trump, além de Kiril Dmitriev, emissário econômico do Kremlin considerado um dos articuladores do plano russo apresentado nas negociações. Segundo Dmitriev, que comentou o encontro em sua conta na plataforma X, tratou-se de “um dia importante para a paz”.