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sexta-feira, dezembro 5, 2025

Déficit comercial do Brasil com EUA de janeiro a novembro cresce mais de 10 vezes sobre 2024

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O déficit comercial do Brasil com os Estados Unidos se aprofundou neste ano. De janeiro a novembro, o saldo negativo da balança comercial com os americanos foi de US$ 7,9 bilhões ante US$ 751,8 milhões durante igual período do ano passado. No acumulado de 2025, as exportações brasileiras rumo aos EUA caíram 6,7%, enquanto as importações cresceram 16,2%, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex/Mdic) divulgados na tarde desta quinta-feira (4).

Para Leonardo Costa, economista do ASA, as isenções anunciadas pelos EUA em 20 de novembro não devem alterar de forma relevante os dados no curto prazo.

A lista de isenções tirou da tarifa de 40%, principalmente, café, carnes e frutas brasileiras. O efeito é imediato do ponto de vista tarifário, explica, mas as exportações respondem com defasagem logística e contratual, porque os embarques já estavam, em grande parte, fechados. O impacto mais claro, diz, tende a aparecer apenas ao longo dos próximos meses.

“Considerando a participação dos Estados Unidos na nossa corrente de comércio, o conjunto de produtos beneficiados é pequeno e incapaz de reverter rapidamente o movimento observado desde o início do tarifaço, quando o déficit brasileiro com os EUA se ampliou visível, sobretudo nos dados de agosto e setembro.”

A expansão das exportações brasileiras para a China pode sugerir uma compensação parcial das perdas nos EUA, mas também pode estar refletindo um movimento estratégico mais amplo. Segundo a Secex, as exportações para a China no acumulado até novembro cresceram 4,2%, ritmo de expansão maior que o das exportações totais, que avançaram 1,8%. Os embarques para a China se aceleraram nos últimos meses. Em novembro eles cresceram 41%, enquanto que para os EUA caíram 28,1%.

“Como grande compradora de commodities agrícolas, a China tem flexibilidade para redirigir suas origens de importação, e o agravamento das tensões com Washington pode ter levado Pequim a privilegiar embarques brasileiros em detrimento dos americanos em alguns produtos. Ainda assim, esse tipo de interpretação deve ser feita com cautela: decisões de compra chinesas envolvem fatores logísticos, sazonais e diplomáticos complexos, e não é possível afirmar de forma categórica que há uma substituição deliberada e permanente dos EUA pelo Brasil.”

[Fonte Original]

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