A Meta está avaliando uma reestruturação considerada a mais profunda desde que adotou o nome atual em 2021, com cortes que podem chegar a 30% no orçamento do Reality Labs a partir de 2026.
Segundo informações divulgadas pela Bloomberg, executivos da companhia discutem internamente a possibilidade de reduzir de forma significativa os gastos com as iniciativas de metaverso e realidade virtual, muito acima dos ajustes solicitados ao restante da empresa, que giram em torno de 10%.
A unidade responsável pelo Horizon Worlds e pelos headsets Quest revisa cenários que diminuiriam seu orçamento em quase um terço, movimento que pode incluir demissões no início do próximo ano, embora as decisões ainda estejam em debate após as revisões orçamentárias de novembro.
A pressão sobre o Reality Labs vem após perdas acumuladas superiores a US$ 70 bilhões desde 2021, refletindo um avanço mais lento do metaverso do que a Meta havia previsto quando decidiu transformar o conceito no centro de sua estratégia. Fontes ouvidas pela Bloomberg afirmam que a empresa já não acredita que o público e o setor caminhem para a adoção massiva de mundos virtuais no ritmo imaginado anteriormente, o que levou a liderança a exigir cortes mais profundos da área.
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O próprio Mark Zuckerberg passou os últimos anos rebatendo especulações de que a Meta teria abandonado o metaverso, classificando como “imprecisa” a narrativa de que seu foco teria migrado exclusivamente para a IA. Mesmo assim, o fraco desempenho do Horizon Worlds e a escalada de custos da divisão intensificaram a pressão por ajustes.
A reação do mercado financeiro foi imediata. As ações da Meta, que fecharam na quarta-feira cotadas a US$ 640, chegaram a saltar para US$ 674 no início do pregão de quinta, antes de recuarem para a faixa dos US$ 665 durante a primeira hora de negociação. O entusiasmo dos investidores reflete a crescente percepção de que a empresa tende a priorizar produtos e áreas com retorno mais tangível, como seus investimentos recentes em inteligência artificial.
O novo foco ficou evidente sobretudo com o impulso dado por Zuckerberg ao desenvolvimento de modelos generativos e ao lançamento de óculos inteligentes Ray-Ban com IA, produto que obteve muito mais tração comercial do que os projetos de realidade virtual e aumentou as vendas da parceira EssilorLuxottica.
Enquanto isso, o setor de metaverso como um todo enfrenta um colapso ainda mais profundo nos mercados de criptomoedas. O token Render, anteriormente um dos principais representantes do segmento e baseado na proposta de uma rede descentralizada para renderização 3D e cargas de trabalho de IA, agora tem valor de mercado inferior a US$ 1 bilhão e já não figura entre os 100 maiores ativos digitais. Outros projetos emblemáticos, como Sandbox e Decentraland, operam próximos de mínimas históricas.
Dados do CoinGecko mostram que a capitalização total dos tokens ligados ao metaverso caiu para menos de US$ 3,4 bilhões, distante dos mais de US$ 500 bilhões registrados no início de 2025 — um retrato do esvaziamento de interesse que reforça o novo pragmatismo da Meta em relação ao setor.
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