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Uma criação de vagas de emprego muito mais robusta do que o esperado no Canadá levou a uma reprecificação no mercado de renda fixa do país. Os juros canadenses de curto e médio prazo exibem forte avanço nesta sexta-feira (5), com os investidores avaliando a possibilidade de o Banco Central do Canadá (BoC) ter de retomar o ciclo de aperto monetário no ano que vem.
Próximo às 13h, o rendimento dos títulos soberanos canadenses de 2 anos subia para 2,647%, de 2,462% no fechamento anterior. Os papéis com vencimento em 10 anos avançavam para 3,354%, de 3,219% no fechamento anterior.
A reprecificação na curva de juros foi impulsionada após a taxa de desemprego no país cair para o menor nível em 16 meses em novembro. O Canadá registrou três meses consecutivos de criação de empregos, com mais 181 mil novos postos de trabalho desde setembro, com recuperação do impacto causado pela guerra comercial com os Estados Unidos.
Os dados divulgados hoje mostraram a criação de 53,6 mil vagas de emprego, enquanto o consenso do mercado apontava para o fechamento de 5 mil postos. A taxa de desemprego caiu 0,4 ponto percentual em novembro, para 6,5%.
A melhora no mercado de trabalho se soma a um cenário inflacionário acima da meta do BoC, que tem conduzido um processo de flexibilização monetária desde maio de 2024, com uma pausa neste ano entre março e agosto. O núcleo do índice de preços ao consumidor do país (CPI) subiu para 2,9% em outubro, na leitura anual, o maior valor desde agosto de 2023, ante 2,8% em setembro.
A despeito da melhora do emprego nos últimos meses, a CIBC Economics suspeita que a recuperação não seja tão forte quanto os números sugerem, embora eles claramente apoiem a ideia de que o BoC não reduzirá mais as taxas de juros do país.
“Os números de hoje parecem confirmar que a economia está se recuperando, após a fraqueza induzida pela questão comercial no começo do ano. Continuamos a esperar que o ciclo de cortes de juros do BoC tenha chegado ao fim, embora duvidemos que a recuperação vista permaneça forte o suficiente para justificar aumentos de juros antes do final de 2026”, avalia Andrew Grantham, economista-sênior da CIBC Economics.