Ouro Preto lança fundo multimercado e quer se tornar gestora multiestratégia

“Enquanto muitas casas tradicionais de multimercado migraram para crédito, nós fizemos o movimento inverso”, disse ao Valor Leandro Turaça, sócio-gestor da Ouro Preto. “Porém, o nosso fundo é inovador e disruptivo, ou seja, criamos algo que nos permite sair de igual para igual com as tradicionais casas de macroestratégia.”

O ETF Pioneer Selection Ouro Preto FIF Multimercado RL é, segundo ele, o primeiro do país dedicado à alocação em Exchange Traded Funds (ETFs) listados na B3. Turaça diz que foram seis meses de estudos para desenvolver o produto.

Os ETFs têm o objetivo de replicar um índice de referência, que são uma espécie de cesta de ativos. No caso do fundo da Ouro Preto, estarão na carteira ETFs com exposição a diferentes mercados e classes de ativos, de índices globais como S&P 500 e MSCI China a setoriais e produtos ligados a commodities, como ouro e crédito de carbono.

“O charme deste fundo é que ele não depende de um cenário econômico e político favorável ou não. Existem ETFs disponíveis que replicam tendências de ativos nacionais e globais, por exemplo. Sempre existe algum ativo setorial, regional ou temático que está em tendencia de alta ou direcional”, avaliou Turaça.

O ETF Pioneer Selection é destinado ao público em geral e, por ter ativos de perfil tributário de renda variável, tem o benefício de sofrer incidência de alíquota fixa de 15% de Imposto de Renda. Turaça explicou que a modelagem indica um retorno potencial entre 140% e 160% do CDI, com volatilidade entre 5% e 7,50%, o que, frisou ele, é “apenas uma referência técnica, não promessa de rendimento futuro”.

Antes de chegar às plataformas, de acordo com Turaça, o fundo será capitalizado com recursos dos próprios sócios e de family offices próximos à gestora. A equipe de gestão terá 14 pessoas, incluindo a participação de Fábio Murad, economista, especialista em ETFs, que atuará como coordenador estratégico do produto.

O resgate poderá ser feito em três dias úteis, apesar de o volume negociado dos ETFs na B3 ainda não ser alto em todos os casos. “O mecanismo de formadores de mercado garante que as negociações reflitam a liquidez do ativo subjacente no exterior, assegurando fluidez mesmo quando o mercado local é menos movimentado”, comentou Murad.