A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta sexta-feira (19), a Operação Vaga Vip para investigar a comercialização irregular de agendamentos da Carteira de Identidade Nacional (CIN) em unidades do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC). A ação ocorre Camaçari e mira um esquema que desviava vagas gratuitas do sistema oficial do Governo do Estado.
Como o esquema funcionava em Camaçari
As investigações apontam que horários destinados ao atendimento público, liberados sem custo no sistema estadual, acabaram negociados de forma ilegal. O esquema envolvia tanto servidores públicos quanto intermediários externos, sem qualquer vínculo com a Rede SAC.
Em parte dos casos, atendimentos ocorriam fora da ordem regular após pagamento indevido. Em outros, terceiros acessavam o sistema eletrônico, reservavam as vagas antes da população em geral e revendiam os horários a cidadãos que precisavam emitir o documento. A prática criava um atalho pago em um serviço que deveria ser igual para todos.
Em Camaçari, a apuração começou após uma denúncia formal da Coordenação da rede de atendimento. O setor colaborou com a investigação desde o início, fornecendo dados, acesso a sistemas e suporte técnico.
18 mandados de busca e apreensão
Com autorização da Justiça, a polícia cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e aplicou 11 medidas cautelares. Nove delas determinaram o afastamento de servidores de suas funções públicas.
Além de Camaçari, a operação avançou sobre Salvador, Candeias, Feira de Santana e Remanso. Nessas cidades, policiais cumpriram ordens judiciais ligadas ao mesmo esquema, o que ampliou o alcance da investigação e reforçou a suspeita de atuação organizada em diferentes pontos do estado.
O Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro, por meio da Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública, conduz o trabalho. As equipes seguem com oitivas, novas diligências e cruzamento de informações. O obejtivo é mapear todos os envolvidos, individualizar condutas e calcular eventuais danos causados ao serviço público e aos cidadãos que dependem do atendimento.