As bolsas europeias operam praticamente estáveis nesta quarta-feira, com investidores fazendo uma pausa após o índice mais amplo ter fechado em nível recorde, enquanto o pregão encurtado pelos feriados reduziu a atividade.
Por volta das 8h, o índice Stoxx 600 subia 0,07% a 589,12 pontos. O FTSE 100 de Londres caía 0,05% a 9.884,72 pontos; e o CAC 40 de Paris avançava 0,23% a 8.122,16 pontos. A bolsa de Frankfurt permaneceu fechada, e as bolsas de Paris e Londres fecham mais cedo.
O índice Stoxx 600 acumula alta de cerca de 16% no ano até agora, caminhando para seu melhor desempenho anual desde 2021, apoiado pelo alívio das taxas de juros, pelo impulso fiscal da Alemanha e por realocações de portfólio para fora das ações de tecnologia dos Estados Unidos, consideradas caras.
Os volumes de negociação devem permanecer baixos com a aproximação dos feriados, já que vários mercados europeus estão fechados ou operam em sessões reduzidas.
Ações ligadas a commodities registraram leve alta. O setor de energia subiu 0,3%, com os preços do petróleo estendendo ganhos pela sexta sessão consecutiva. Papéis de mineração também avançaram após os preços do ouro, da prata, da platina e do cobre atingirem máximas históricas, impulsionados pela forte demanda.
A analista sênior de mercado da Swissquote, Ipek Ozkardeskaya, afirmou que as “forças que pressionam os preços dos metais para cima”, como o elevado endividamento dos governos em 2026, a incerteza geopolítica e uma política monetária mais frouxa, entre outros fatores, mantêm a perspectiva positiva para os metais no médio e longo prazo. “No curto prazo, no entanto, os preços subiram rápido demais e uma correção seria saudável”, disse.
Na terça-feira, o índice de referência europeu atingiu um novo recorde histórico, impulsionado principalmente pelo forte desempenho das ações do setor de saúde, depois que a farmacêutica Novo Nordisk obteve uma aprovação crucial nos Estados Unidos para seu comprimido de perda de peso.
O sentimento também foi sustentado por dados que mostraram que a economia dos Estados Unidos cresceu mais rápido do que o esperado no terceiro trimestre, levando investidores a reduzir algumas apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed), apesar de a divulgação ter sido adiada por causa da paralisação do governo.
Os mercados esperam que o próximo presidente do Fed adote uma postura mais “dovish”, propenso ao afrouxamento monetário, mantendo o rumo da política monetária dos Estados unidos no centro das atenções dos investidores no próximo ano. Já a trajetória dos juros na Europa parece mais “hawkish”, propenso ao aperto monetário, rumo a 2026, depois que o Banco Central Europeu (BCE) manteve as taxas na semana passada, sinalizando um possível fim do ciclo de afrouxamento e uma potencial divergência em relação ao Fed.