A despedida de Lívia Denise Dias de Souza, de 23 anos, e Arthur Cesar Santos de Santana, de 25, aconteceu sob forte comoção, revolta e pedidos de justiça. Familiares e amigos se reuniram no Cemitério Bosque da Paz, em Salvador, para os sepultamentos realizados em horários distintos. Lívia foi enterrada às 11h45. Arthur, às 14h.
Antes da tragédia, Lívia trabalhava como atendente em uma rede de fast food e aproveitava o período de férias. No dia do crime, ela passeava pela Ribeira com Arthur, com quem havia iniciado um relacionamento recente. Segundo a família, o casal voltava para casa de ônibus quando percebeu a presença de Vinícius Santos, ex-namorado de Lívia, dentro do coletivo. Veja os detalhes deste caso.
Tudo começou na Ribeira
Em entrevista à TV Record, Kelly, irmã de Lívia, contou que a perseguição pode ter começado ainda dentro do coletivo. “Lívia e Arthur estavam na Ribeira. Pelo pouco que eu entendi, ele perseguiu os dois no mesmo ônibus que eles pegaram na volta para casa”, afirmou.
De acordo com Kelly, o ponto onde o casal desceu não fazia sentido. “Era muito longe da casa deles. Eles iam ter que andar muito. Não faz sentido”, disse.
Para a família, Lívia reconheceu Vinícius (acusado) ainda durante o trajeto. “Pra mim, Lívia e Arthur viram Vinícius no ônibus. Eu acho que a perseguição começou desde quando eles saíram da Cidade Baixa (Ribeira).”

A irmã relatou que Vinícius, o acusado, estava com um cartão de passagem na mão e desceu logo atrás do casal. “Eles desceram do ônibus, e Vinícius veio atrás”, contou.
Ao perceberem o risco, Lívia e Arthur tentaram fugir. “Eles correram, tentaram abrigar na igreja, mas não conseguiram, infelizmente. Ele já estava perseguindo ela. É isso aí, de fato”, afirmou Kelly.

“A gente só soube da morte no outro dia, pelo Instagram e pela reportagem. Minha irmã ficou lá sozinha a noite toda”, disse Kelly, emocionada.
Lívia e o rompimento do relacionamento
Segundo a família, Lívia era uma jovem reservada, dedicada ao trabalho e de convivência tranquila. Kelly contou que a irmã decidiu encerrar o relacionamento com Vinícius por não enxergar mudanças. “Ela não gostava de sair, não fazia mal a ninguém. Era trabalhadora, doce, meiga e sonhadora”, relatou. De acordo com a irmã, Vinícius foi o primeiro namorado de Lívia. “Ela nunca tinha se relacionado com ninguém antes dele.”
Vinícius alega que ele enfrenta problemas psicológicos. A família de Lívia contesta essa versão. Ainda segundo a irmã, ele nunca apresentou sinais de transtornos mentais ou depressão enquanto conviveu com Lívia. “Ele está usando essa doença para tentar se safar. Nunca esteve doente”, afirmou Kelly ao Alô Juca.
A irmã também afirmou que a família espera que o suspeito continue preso. “É o mínimo que ele pode fazer: pagar pelo que ele fez com a minha irmã. Ele foi frio, sabia exatamente o que queria fazer”, disse.
Prisão do suspeito e investigação
Vinícius Santos foi localizado por policiais militares em uma unidade hospitalar, após denúncia de um parente. Com ele, os agentes apreenderam um revólver, munições, um canivete, um celular e um cartão de passagem do metrô.

Vinícius passou por audiência de custódia, e a Justiça decretou a prisão preventiva para garantir a ordem pública, evitar riscos à investigação e assegurar a aplicação da lei penal. Ele permanece custodiado.
Os assassinatos são investigados pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, o DHPP. Em nota, a Polícia Civil informou que o inquérito segue em andamento e que novas diligências devem ser realizadas.