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terça-feira, dezembro 30, 2025

China promete gastos fiscais eficientes para crescimento em 2026

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A China afirmou que irá expandir os gastos do governo e melhorar a forma como aloca capital em 2026, com o objetivo de equilibrar o apoio ao crescimento e a contenção dos riscos da dívida. Pequim planeja elevar as despesas e fortalecer o poder de compra das autoridades locais por meio de transferências de recursos mais eficazes, informou o Ministério das Finanças em comunicado divulgado neste domingo (28).

O anúncio, feito após uma reunião de política de fim de ano, sugere um foco em uma melhor coordenação entre os instrumentos fiscais e financeiros, em vez de medidas de estímulo mais enérgicas.

“Uma política fiscal mais proativa se refletirá não apenas na escala do financiamento, mas, mais importante ainda, na melhoria da eficiência e eficácia em como os fundos são usados”, disse o ministro das Finanças, Lan Fo’an, segundo informações da agência de notícias estatal Xinhua.

A medida evidencia a tênue linha que Pequim está trilhando entre proteger a economia de ventos contrários externos e evitar que uma crise da dívida interna desestabilize o sistema financeiro.

Lan prometeu acelerar os esforços para resolver os riscos associados com a dívida oculta local, empréstimos feitos fora do balanço patrimonial por veículos de investimento em nome de cidades e províncias, que têm enfrentado dificuldades para quitá-los.

A China precisa intensificar o apoio fiscal à economia, visto que uma longa crise no setor imobiliário e tensões comerciais pesam sobre a demanda, enquanto o espaço para afrouxamento monetário está diminuindo. Diante dos crescentes riscos de endividamento, Pequim busca elevar o retorno sobre o investimento do governo e direcionar recursos para áreas prioritárias em nível nacional.

Parte da estratégia consiste em investir mais em “novas forças produtivas”, segundo o comunicado oficial, um termo da política que se refere à manufatura avançada e à inovação tecnológica. O governo também planeja simplificar os incentivos fiscais e os subsídios para conter a concorrência ineficiente entre as províncias e criar um mercado interno mais unificado.

“A reunião enfatizou uma política fiscal mais bem direcionada e eficaz, em vez de simplesmente ampliar a escala, focando não em tornar os gastos muito maiores, mas em melhorar a forma como são utilizados”, disse Ding Shuang, economista-chefe para a Grande China e Ásia do Norte do Standard Chartered.

O foco na precisão surge num momento em que a dívida total do governo da China disparou nos últimos anos para impulsionar o crescimento em meio a um fraco sentimento empresarial e do consumidor.

O governo elevou seu déficit fiscal planejado para quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, embora os gastos reais tenham ficado consistentemente aquém das metas. Nos primeiros 11 meses de 2025, o governo gastou apenas 34 trilhões de yuans (o equivalente a US$ 4,8 trilhões), menos de 81% de seu orçamento anual.

Olhando para 2026, Ding espera que o governo aumentará suas despesas reais, mesmo que o orçamento formal aumente apenas ligeiramente.

Conforme as tensões comerciais ameaçam desacelerar as exportações, um pilar-chave do plano da China para impulsionar o crescimento envolve direcionar o apoio ao consumidor chinês. O Ministério das Finanças reiterou os apelos para que a demanda interna seja a “força motriz” do crescimento, prometendo aumentar a renda das famílias e manter um programa nacional de troca de bens de consumo.

Essa iniciativa, que oferece subsídios para eletrodomésticos com baixo consumo de energia e veículos elétricos, foi um raro ponto positivo para as vendas no varejo neste ano. Ao estender esses programas, Pequim espera estabilizar o consumo, que permanece teimosamente fraco, enquanto as famílias lutam contra a queda nos valores dos imóveis e um mercado de trabalho em arrefecimento.

[Fonte Original]

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