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terça-feira, dezembro 30, 2025

Estado do Rio tem redução histórica em desmatamento

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Projetos ambiciosos que combinam criatividade, inovação tecnológica, escuta da população e parcerias com organismos internacionais e universidades fizeram do Estado do Rio de Janeiro uma referência na preservação do meio ambiente e no enfrentamento às emergências climáticas.

Iniciativas que avançam no caminho do desenvolvi mento sustentável e desafios como redução da emissão de carbono na atmosfera e diminuição dos impactos do aquecimento global estiveram em discussão no seminário “RJ Resiliente – ações transformadoras para o meio ambiente no Estado do Rio de Janeiro”, realizado no auditório da Editora Globo no dia 22 de dezembro, e transmitido ao vivo no YouTube do jornal O GLOBO.

O debate teve apoio do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), da Secretaria do Ambiente e Sustentabilidade do Estado (Seas) e do governo do Estado do Rio de Janeiro, com mediação da jorna lista e documentarista Leila Sterenberg.

Por meio de um mecanismo pioneiro, chamado Fundo da Mata Atlântica, temos R$ 530 milhões destinados somente para restauração

— Marie Ikemoto, subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade

Na exposição de abertura do debate, o secretário estadual do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi, destacou o protagonismo do Rio de Janeiro em proteção verde:

“Tivemos a maior redução da História do Brasil em desmatamento, que caiu 68%. Fomos o único estado que ampliou a cobertura da Mata Atlântica. Lançamos, em parceria com o BNDES, o maior edital de restauro e florestamento do país, no valor de R$ 60 milhões. Isso é muito importante para a gente. Conseguimos ampliar a cobertura de Mata Atlântica, ampliar o número de guardas-parques, de viaturas, de equipamentos, de câmeras. As onças voltaram, antas, macacos muriquis, diversas espécies de pássaros e muitas dessas espécies foram fotografadas pelas câmeras que doamos para os municípios e para os nosso parques”, comemorou Rossi.

O secretário citou uma série de ações e programas do governo estadual, como o “De Olho no Verde”, que usa tecnologia para monitoramento desde o corte de uma árvore até a presença de lixões clandestinos e tem uma atenção especial às queimadas. “Infelizmente 90% dos incêndios florestais foram feitos de forma criminosa pela mão humana”, afirmou.

Outro destaque foi a parceria com a ONU-Habitat para prevenção e adaptação da população de áreas de extremo risco durante emergências climáticas.

A gente está falando de salvar vidas, mas também da economia. Quando temos o centro de uma cidade desobstruído, com a água baixando mais rápido, temos uma economia que se levanta mais rápido

— Bernardo Rossi, secretário do Ambiente e Sustentabilidade

Todos esses foram temas do primeiro painel do encontro, “Resiliência: proteger as cidades e salvar vidas”, que reuniu a chefe do escritório da ONU-Habitat no Brasil, Rayne Moraes; a subsecretária de Mudanças do Clima e Conservação da Biodiversidade, Marie Ikemoto; o assessor-chefe de Redução de Riscos de Desastres e Eventos Extremos, Gil Kempers; e o economista e ecologista Sérgio Besserman, presidente do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico.

O programa de resiliência e adaptação às mudanças climáticas desenvolveu um projeto piloto em Petrópolis (leia mais nas páginas seguintes), com 27 morado res de 13 comunidades que passaram por seis meses de capacitação para noções de primeiros socorros, rotas de fuga e elaboração de equipamentos simples como pluviômetros caseiros. Esses agentes são os primeiros a ajudarem a população vulnerável em casos de enchentes, inundações e outros eventos extremos. A parceria com a ONU-Habitat levará capa citação a 38 municípios, atingindo 95 comunidades.

“A parceria do governo do estado com municípios, universidades, sociedade civil, startups, agências das Nações Unidas e com as comunidades, com as pessoas que moram e passam por essas situações, é fundamental. De outra maneira, a gente não avança. As obras nas encostas e as dragagens de rios são fundamentais, mas precisam ser combinadas com ações não estruturais, que até há pouco tempo não existiam”, afirmou Rayne.

O governo do estado, com a ONU-Habitat, também ajudará 34 municípios a criarem seus Planos de Ação Climática. E, em ação com o governo federal, outras 22 cidades passarão pelo mesmo processo. “Atualmente só Rio e Niterói têm esse plano. É um instrumento prioritário para que os municípios possam saber onde têm que cana lizar esforços para reduzir os impactos das emergências climáticas, conhecer os riscos de vulnerabilidade, se tornarem mais resilientes. Vamos também capacitar as prefeituras a fazer projetos e, assim, tirar o plano do papel”, explicou a subsecretária Marie Ikemoto.

Não existe possibilidade de desenvolvimento econômico e social para a civilização sem o enfrentamento radical do aqueci mento global

— Sérgio Besserman, economista, ecologista e presidente do Instituto de Pesquisa Jardim Botânico

Marie citou outro programa fundamental na recuperação ambiental, o “Florestas do Amanhã”:

“Não é um programa de governo, é um programa de Estado, instituído por decreto. Temos a meta de alcançar 40% de cobertura da Mata Atlântica; temos hoje 32%. Isso representa 440 mil hectares de aumento de cobertura florestal. Por meio de um mecanismo pioneiro, chamado Fundo da Mata Atlântica, temos R$ 530 milhões destinados somente para restauração. Somos o estado que tem o maior volume de recursos dedicados para restauração e são carimbados, só podem ser destinados para essa finalidade”, explicou a subsecretária.

Vista do Rio a partir da Pedra da Gávea. Estado em parceria com o BNDES lançou edital de restauro e florestamento do país e ampliou a cobertura de Mata Atlântica — Foto: Getty Images

Em parceria com o BNDES, o governo do estado tem feito chamamentos públicos para atrair novos investimentos. “Temos três editais já executados que mobilizaram R$ 70 milhões em quase mil hectares de restauração”.

O assessor-chefe Gil Kempers mencionou dois outros programas essenciais para enfrentamento de emergências climáticas. Iniciado em 2011, o “Sistema de Alerta e Alarme” foi reformulado para oferecer mais informações à população e com maior antecedência.

“Antes era um sistema de monitoramento que avaliava dados das chuvas que já aconteceram. Com o secretário e o governador, pensamos em um sistema mais evoluído, como existe na China, na Espanha. As pessoas precisam estar preparadas para agir em caso de emergência. Em parceria com a Coppe da UFRJ, buscamos antecipar alertas de forma fidedigna em até quatro horas. Não temos uma cobertura de radar adequada no Brasil. Então fomos buscar sensores do nível de lama, de unidades sólidas, de fluxo de detritos, que aumentam a credibilidade dos dados e dão maior assertividade na hora da emissão de um alerta. A gente precisa fazer com que as pessoas confiem nos alertas”, afirmou Kempers.

Outro programa aprimorado foi o “Limpa Rio”, que antes entrava em ação somente depois de emergências. “Passamos a trabalhar de forma preventiva, durante o ano inteiro, com máquinas e trabalho manual onde os equipamentos não podem entrar. Não vai impedir a inundação, mas diminui o volume de água nas localidades. Trabalhamos em parceria com os municípios, que apontem os locais de maior risco. Em abril, tivemos algumas localidades que não tiveram impacto com chuvas fortes. Transformar em um programa perene é uma mudança de paradigma”, concluiu.

O aquecimento da temperatura do planeta e a urgência na redução da emissão de gases do efeito estufa foram outros temas do primeiro painel. “Os últimos quatro anos foram dramáticos por vários motivos. Coisas que eram para acontecer daqui a 15, 20, 30 anos já aconteceram. Outras aconteceram com gravidade muito maior do que imaginávamos. E não sabemos o que fez isso acontecer”, afirmou Sérgio Besserman, que parabenizou o estado pelo programa de refloresta mento. “Não existe possibilidade de desenvolvimento econômico e social para a civilização sem o enfrentamento radical do aquecimento global.”

[Fonte Original]

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