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quarta-feira, dezembro 31, 2025

Dólar recua a R$ 5,48 na última sessão do ano e acumula queda de 11,18% em 2025

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O dólar fechou o último pregão de 2025 em forte queda frente ao real e voltou à casa dos R$ 5,48, menor nível de fechamento em duas semanas. Participantes do mercado apontam que ajustes de posição na última sessão do ano, na esteira da formação da Ptax de fim de mês, motivaram a depreciação da moeda americana. Vale destacar que o dólar anotou uma valorização de 2,88% no mês, o que não apagou a forte desvalorização no mercado doméstico no acumulado do ano, de 11,18%.

Nesta terça-feira (30), o dólar encerrou os negócios no mercado à vista em queda de 1,47%, negociado a R$ 5,4887, perto da mínima do dia (R$ 5,4832). O euro seguiu a mesma tendência, em queda de 1,64%, negociado a R$ 6,4480. No dia, o mercado global rondou a estabilidade, de olho na divulgação da ata da última reunião do Fed, que acabou não mudando o cenário de juros nos EUA. O DXY, índice que mede a força do dólar contra uma cesta de seis moedas fortes, estava em alta de 0,18%, aos 98,214 pontos.

Com isso, a moeda brasileira se descolou de seus pares internacionais e, entre as 33 divisas mais líquidas acompanhadas pelo Valor, o real apresentava o segundo melhor desempenho, atrás apenas do peso chileno. O principal gatilho que causou a queda foram ajustes de posições em dólar devido à formação da Ptax do fim do mês, a taxa de câmbio média oficial calculada pelo Banco Central. Antes de sua formação, agentes costumeiramente refazem posições de dólar futuro, o que explica o alívio no câmbio observado hoje.

“As tesourarias, provavelmente estavam muito mais em posição comprada. Então, para mudar um pouco suas posições, principalmente os principais bancos acabam jogando um volume um pouquinho maior de dólar no mercado no fechamento da Ptax, até para fazer realização de lucros e colocar nos seus próprios balanços”, afirma o economista-chefe da Frente Corretora, Fabrizio Velloni.

O economista ainda considera que os resultados da Pnad Contínua de novembro, que mostraram uma taxa de desemprego em um novo patamar mínimo da série histórica iniciada em 2012, ainda ajudam no movimento de valorização do real. Sem indícios de um arrefecimento claro da atividade, o mercado praticamente excluiu a possibilidade de que o início dos cortes da taxa Selic ocorra já na reunião de janeiro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

“Os dados acabam gerando uma expectativa menor de redução de juros, como consequência mantendo um diferencial em relação aos Estados Unidos e atraindo fluxo externo”, afirma Velloni. No entanto, o diretor de Tesouraria da Travelex, Marcos Weigt, pondera que, se os dados de desemprego ajudaram o dólar, foi um fator meramente secundário. “Mudanças pequenas no juro têm efeito marginal no câmbio”.

A queda do dólar praticamente apagou os ganhos observados ontem e na última semana, com o real pressionado pela forte saída de remessas e dividendos do país, típica do final do ano. No entanto, a moeda ainda não se recuperou do estresse generalizado nos ativos locais causado desde o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro à disputa presidencial de 2026, no início do mês.

Weigt aponta que a pressão de compra por dólar comercial se normalizou no último pregão do ano, indicando que o fluxo de saída arrefeceu de ontem para hoje. “Essa queda maior deve ser por conta da formação da Ptax, a última do ano, porque ela vai ser usada para marcar todas as posições em dólar e outras moedas nas carteiras dos bancos e empresas”, afirma.

[Fonte Original]

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