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terça-feira, junho 25, 2024

“Brasil consegue dobrar produção agrícola sem derrubar uma árvore”, diz ministro da Agricultura e Pecuária

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O potencial brasileiro para a produção agrícola aliado a programas governamentais deve garantir a segurança alimentar, energética e ambiental do País nas próximas décadas. Essa foi a aposta feita pelos participantes do painel “Futuro da Energia Global: visão do governo”, realizado no último dia 12, dentro do FII Priority Summit, que reuniu líderes e executivos mundiais para tratar de temas como justiça social e climática.

Organizado pela Future Investment Initiative Institute, entidade sem fins lucrativos com recursos do Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita, o evento aconteceu pela primeira vez na América Latina e contou com o UBS como um dos patrocinadores. “Essa iniciativa fortalece o relacionamento entre os dois países e posiciona o UBS como um parceiro estratégico, capaz de facilitar conexões e identificar oportunidades de investimento sob medida para os investidores, em colaboração com setores público e privado”, afirmou Marcello Chilov, Head de Global Wealth Management para a América Latina no UBS.

O executivo foi o mediador do painel, e iniciou sua fala lembrando que o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis, criado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, quer contribuir com a segurança alimentar e com o enfrentamento das mudanças climáticas.

Presente no encontro, o ministro Carlos Fávaro afirmou que o governo federal identificou o potencial de incorporar 40 milhões de hectares ao sistema produtivo sem a necessidade de novas áreas para plantio, ou seja, sem necessidade de desmatamento. O governo, segundo Fávaro, está atraindo investimentos para o programa, com protocolos de entendimentos do Banco Mundial e de uma empresa japonesa. “Este é o nosso norte: aumentar produção agrícola sem derrubar uma árvore”, disse.

Marcello Chilov, do UBS (à esquerda), e ministro Carlos Fávaro durante painel no FII Priority Summit. — Foto: Divulgação

Outro programa citado no painel com o objetivo de estimular a produção de fontes alternativas de energia foi aprovado na Câmara na véspera do debate, no último dia 11. O Projeto de Lei 914/24 institui o Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) e trata de benefícios fiscais às empresas que investirem em novas soluções para reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) na cadeia automotiva.

Ao citar o programa, o secretário Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes, afirmou que não há escolha de fontes alternativas, mas sim o estímulo a várias delas, complementares às demais fontes de energia atuais: um conjunto para que possa se alcançar a transição energética e a descarbonização. “Temos de entender que não estamos fazendo escolha de determinada rota. Precisamos entender a eletrificação em diferentes formas”, afirmou Mendes, que também é presidente do Conselho de Administração da Petrobras.

O executivo fez uma síntese de algumas das diferentes maneiras de se alcançar a produção de fontes alternativas. Destacou a importância de combustíveis sintéticos, com geração hidrogênio de baixo carbono pela via eletrolítica. Outra solução são os veículos puramente elétricos, que Mendes acredita ter muito espaço no Brasil nas capitais, “pois na longa distância não faz muito sentido devido a pouca autonomia dessa modalidade”. Já o hidrogênio verde é apontado como solução para veículo pesados como caminhões.

Mendes destacou ainda que a diversidade na produção de energia é fundamental não apenas para garantir sustentabilidade no futuro, mas hoje também já é responsável pela economia de 400 mil barris diários de petróleo. Significa que o Brasil está deixando de jogar na atmosfera esse volume de carbono graças a fontes alternativas.

O presidente da Airbus no Brasil, Gilberto Peralta, também destacou o potencial brasileiro para a descarbonização no setor aéreo. Lembrou que o país foi o único na América Latina a se comprometer com percentual de combustível limpo, o SAF, nos próximos anos.

Mas Peralta chamou atenção do governo brasileiro para a necessidade de investimentos na produção do querosene de aviação renovável no País, citando usinas que serão erguidas em outros países como Paraguai e Estados Unidos e poderiam ser instaladas em território brasileiro. “O investimento tem que ser feito, o governo precisa trabalhar um pouco (…) Não vamos exportar sebo nem sobra de celulose para fazer SAF lá fora e depois importar o SAF. Vamos produzir aqui e exportar a partir daqui”, defendeu Peralta.

A necessidade de incentivos governamentais e redução do custo de capital para investimentos em fontes limpas de energia foram citados no evento.

Os participantes afirmaram ainda que o crescimento da produção de biocombustíveis no Brasil não afetará a produção de alimentos, uma questão que preocupa especialistas no mundo todo. O diretor financeiro da Be8 Energy, Túlio Abi-Saber, avalia que o rápido aumento da produção agrícola voltada para fontes de energia no Brasil será combinada e complementar ao incremento das safras para comida.

“A produção de combustível alinhada com a produção de comida no Brasil na verdade gerou mais alimento, mais combustível, mais descarbonização. A gente tem a oportunidade de dobrar a nossa capacidade de produção de proteína vegetal, que gera mais nutrição humana”, afirmou.

Este material é meramente informativo e não constitui nenhum tipo de análise de valores mobiliários, recomendação ou prestação de serviço de qualquer natureza.

[Fonte Original]

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