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terça-feira, julho 2, 2024

Cientistas descobrem a causa de terremotos frequentes em Marte; entenda

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Cientistas já sabiam que Marte registrava um número alto de abalos sísmicos de forma recorrente, mas agora um novo estudo, publicado ontem na revista científica Nature Astronomy, revelou o que está por trás da quantidade elevada de terremotos.

Os pesquisadores, que fazem parte de uma equipe internacional, descobriram que o planeta vermelho é bombardeado por meteoritos de forma constante, chegando a um total de 280 a 360 impactos por ano.

“Essa taxa foi cerca de cinco vezes maior do que o número estimado apenas com base em imagens orbitais. Alinhadas com as imagens orbitais, nossas descobertas demonstram que a sismologia é uma excelente ferramenta para medir as taxas de impacto”, diz Géraldine Zenhäusern, pesquisadora do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique (ETH Zurich) e uma das líderes do estudo, em comunicado.

A descoberta contou com cientistas do instituto suíço e nomes do Imperial College of London, no Reino Unido. Os dados revelam a primeira estimativa sobre o total de meteoritos que atingem Marte a anualmente. Os impactos formam crateras de mais de 8 metros de diâmetro.

“Este é o primeiro artigo do tipo a determinar a frequência com que meteoritos impactam a superfície de Marte a partir de dados sismológicos – o que era um objetivo de nível um da Missão Mars InSight. Esses dados são importantes para o planejamento de futuras missões a Marte”, afirma Domenico Giardini, professor de Sismologia e Geodinâmica na ETH Zurich e um dos investigadores principais da Missão Mars InSight da NASA.

Para o estudo, foram usadas informações do sismômetro – aparelho que detecta os movimentos do solo – instalado em Marte durante a missão da NASA. Em 2022, pesquisadores já haviam publicado um trabalho na Nature Geoscience identificando que seis abalos sísmicos registrados pelo dispositivo haviam sido causados por meteoritos.

Isso foi possível pela análise de um sinal atmosférico acústico específico que é gerado quando o meteorito entra na atmosfera do planeta.

Agora, o time de cientistas descobriu que esses seis eventos sísmicos não foram algo isolado, pertenciam a um grupo muito maior de terremotos de alta frequência relatados em Marte. Esses tipos de abalos sísmicos se diferenciam dos normais, gerados por placas tectônicas, por serem mais rápidos. Eles receberam o nome de marsquakes.

Ao analisar o fenômeno, os pesquisadores identificaram outros 80 marsquakes, que agora se acredita terem sido causados por impactos de meteoritos.

“Estimamos os diâmetros das crateras a partir da magnitude de todos os marsquakes e suas distâncias e, em seguida, usamos esses dados para calcular quantas crateras se formaram ao redor do módulo de aterrissagem InSight ao longo de um ano. Em seguida, extrapolamos esses dados para estimar o número de impactos que ocorrem anualmente em toda a superfície de Marte”, diz Natalia Wójcicka, do Imperial College of London.

Eles explicam que, no planeta Terra, também caem meteoritos, cerca de 17 mil a cada ano, mas eles se desintegram ao entrar na atmosfera terrestre e raramente são notados. Já no planeta vermelho, a atmosfera marciana é 100 vezes mais fina, o que faz com que os meteoritos não se desintegrem e provoquem os impactos significativos, e frequentes, na superfície.

Os dados mostram que uma cratera de 8 metros ocorre em algum lugar da superfície de Marte quase todos os dias, e uma cratera de 30 metros, cerca de uma vez por mês.

[Fonte Original]

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