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terça-feira, julho 2, 2024

Mounjaro: quanto o remédio, chamado de ‘Ozempic dos ricos’, vai custar no Brasil?

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Muito se tem falado sobre a nova geração de medicamentos para diabetes tipo 2 e obesidade, que levam a uma redução de peso nunca antes vista por meio de um remédio. O mais famoso é o Ozempic, da farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, que, embora tenha o uso aprovado para diabetes, é muito usado de forma off-label (finalidade diferente da bula) para o emagrecimento.

O princípio ativo do Ozempic é a semaglutida. No Ozempic, sua dosagem vai até 1 mg. Já a sua versão na dosagem de 2,4 mg, estudada para a obesidade, é comercializada sob o nome de Wegovy. Ambos os medicamentos foram aprovados pela Anvisa, e o Wegovy deve chegar no Brasil em agosto.

Porém, um outro remédio da mesma classe farmacêutica tem repercutido no noticiário e ganhando o apelido de “Ozempic dos ricos” por levar a uma perda de peso superior à observada com o Ozempic e o Wegovy. É o caso do Mounjaro, do laboratório americano Eli Lilly, cujo princípio ativo se chama tirzepatida.

A substância é aprovada para diabetes e obesidade nos EUA. No Brasil, tem aval para diabetes, mas a indicação para a obesidade está em análise na Anvisa. Ele ainda não está disponível nas farmácias brasileiras. No entanto, o preço máximo pelo qual poderá ser vendido quando chegar ao país já foi determinado: R$ 3.952.37.

Abaixo, entenda o que é o Mounjaro, por que ele recebeu esse apelido, quais as diferenças na perda de peso entre ele e o Ozempic e por quais valores ele será comercializado no Brasil.

O Mounjaro é um medicamento aprovado pela Anvisa em setembro do ano passado para diabetes tipo 2. No entanto, assim como o Ozempic, é amplamente utilizado de forma off-label para perda de peso.

Nos Estados Unidos, ele já foi aprovado inclusive para o tratamento da obesidade, com o nome comercial de Zepbound. Aqui, a Anvisa analisa a indicação.

Qual a diferença do Mounjaro para o Ozempic?

A tirzepatida (princípio ativo do Mounjaro) e a semaglutida (princípio ativo do Ozempic) pertencem à mesma classe de medicamentos: os análogos de GLP-1. Eles recebem esse nome porque simulam um hormônio chamado GLP-1, associado à sensação de saciedade e à redução da velocidade da digestão da comida.

Porém, enquanto a substância do Ozempic reproduz apenas a ação do GLP-1, a do Mounjaro é um duplo agonista — simula o GLP-1 e um outro semelhante, o GIP. Por isso, a tirzepatida é considerada uma nova geração dos medicamentos.

Como o Mounjaro funciona?

O Mounjaro simula a ação dos hormônios GLP-1 e GIP. Eles, por sua vez, são associados à ativação da sensação de saciedade no cérebro e à redução da velocidade da digestão da comida. Com isso, o indivíduo sente menos fome, consome menos calorias e, consequentemente, perde peso.

No pâncreas, essa atuação também estimula a produção de insulina, motivo pelo qual os remédios são utilizados no tratamento da diabetes tipo 2.

Por que o Mounjaro é conhecido como ‘Ozempic dos ricos’?

O Mounjaro é conhecido como “Ozempic dos ricos” pelo preço ainda mais elevado que o da semaglutida e por estar disponível apenas no exterior. Como mostrou reportagem do GLOBO, nos Estados Unidos, o tratamento de um mês custa por volta de US$ 1 mil dólares, o equivalente a mais de R$ 5,6 mil na cotação atual. Porém, com os custos da importação, brasileiros desembolsam cerca de R$ 15 mil mensais para ter acesso ao tratamento.

Quanto custa o Mounjaro no Brasil?

Segundo a última atualização da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), órgão responsável pela definição dos valores de medicamentos no Brasil, o Preço Máximo ao Consumidor (PMC) do Mounjaro vai variar de R$ 1.752.58 a R$ 3.952.37, a depender da alíquota do ICMS em cada estado e da dose, quando ele chegar ao país.

Ele é disponível nas versões de 2,5 mg, 5 mg, 7,5 mg, 10 mg, 12,5 mg e 15 mg, com as dosagens mais baixas também sendo usadas no início para evitar efeitos adversos. Assim como o Ozempic, é uma injeção semanal, e o rendimento da caixa vai depender da fase do tratamento.

No entanto, embora o Mounjaro tenha sido aprovado pela Anvisa no ano passado, ele ainda não está disponível no mercado brasileiro.

Qual a diferença na perda de peso do Mounjaro para o Ozempic?

As substâncias do Ozempic e do Mounjaro têm revolucionado o tratamento da obesidade por levar a perdas de peso muito acima dos 6% a 8% observados nos fármacos antigos.

Em estudo clínico publicado na revista científica JAMA, a semaglutida, do Ozempic, proporcionou uma redução de 17,4% do peso corporal após um período de 68 semanas, cerca de 15 meses e meio.

Já um trabalho com a tirzepatida, do Mounjaro, mostrou uma perda de 25,3% do peso após 88 semanas, cerca de 20 meses. O acompanhamento também foi publicado na JAMA.

Há, porém, dois pontos importantes a serem ressaltados. O primeiro é que, embora o emagrecimento com a tirzepatida tenha sido maior, a duração do tratamento no estudo também foi superior.

Ainda assim, uma análise de pesquisadores ligados à Truveta, uma empresa de dados operada por um coletivo de 30 sistemas de saúde dos EUA, mostrou que, após um mesmo período de ambos os remédios (um ano), o Mounjaro levou a uma perda 7,2% maior do peso que o Ozempic.

O segundo ponto a ser destacado é que a versão da semaglutida estudada para perda de peso é a de 2.4 mg. A dosagem é a presente no Wegovy, nome comercial da semaglutida que recebeu o aval, no Brasil e nos EUA, para obesidade. Já o Ozempic vai somente até 1 mg.

Quais os efeitos colaterais do Mounjaro?

Os efeitos colaterais costumam ser gastrointestinais e envolver náuseas, vômitos e diarreias. No entanto, ocorrem de forma leve a moderada e geralmente são transitórios.

[Fonte Original]

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